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Relator da reforma da Previdência, Arthur Maia (PPS-BA) acredita que o regime de contribuição mais brando para as mulheres só se justifica se elas forem casadas ou mães
Por Redação
O deputado federal Arthur Maia (PPS-BA), relator da reforma da Previdência, afirma que só deve haver um regime de contribuição mais brando para as mulheres caso elas sejam casadas ou mães. Mesmo em categorias como trabalhadoras rurais ou policiais civis, para ele, não pode ter uma regra geral para o sexo feminino, a não ser em funções consideradas de risco, como investigadoras.
“Se você é uma mulher casada, tem filho, cumpre jornada no seu trabalho e chega em casa tem que cuidar de filho, marido etc, é um fato a ser considerado. A mulher que é solteira, que não se casou, não tem filho, por que ela vai ter uma diferença em relação ao homem?”, declarou em entrevista ao HuffPostBrasil.
Questionado sobre pesquisas que confirmam que as mulheres são sobrecarregadas com o trabalho doméstico, o parlamentar disse desconhecer os dados. “Os estudos que eu vi não fazem essa diferenciação. O que o IBGE fala é que nesse caso não tem diferenciação. Suponhamos que eu seja solteiro e você solteira, trabalhamos ambos no mesmo jornal. Por que você ter uma aposentadoria diferente da minha? Eu não vejo lógica nisso”, argumentou.
De acordo com o levantamento "Mulher e trabalho: avanços e continuidades", publicado em 2010 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 86,3% das brasileiras com 10 anos ou mais afirmaram realizar afazeres domésticos, frente a 45,3% dos homens.
Segundo a pesquisa "Trabalho para o mercado e trabalho para casa: persistentes desigualdades de gênero", publicada em 2012 também pelo Ipea, as mulheres gastam, em média, 26,6 horas por semana realizando afazeres domésticos. Para os homens, são 10,5 horas semanais.
Foto: Agência Câmara