Promotoria acusa Gilberto Kassab de receber R$ 21 milhões de caixa 2 da Odebrecht

Entre as irregularidades que teriam gerado vantagens indevidas estão a construção de um túnel na Avenida Roberto Marinho, zona sul de São Paulo.

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Entre as irregularidades que teriam gerado vantagens indevidas está a construção de um túnel na Avenida Roberto Marinho, zona sul de São Paulo. Da Redação* Ministério Público Estadual de São Paulo entrou com ação na Justiça contra o ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD), por ato de improbidade administrativa, ao supostamente receber vantagens indevidas de R$ 21 milhões da Odebrecht durante seu mandato na Prefeitura da capital (2006/2012). A empreiteira fechou acordo para delatar irregularidades entre 2008 e 2015 e ressarcir os cofres públicos com a Promotoria. Ajude a Fórum a fazer a cobertura do julgamento do Lula. Clique aqui e saiba mais. Gilberto Kassab foi delatado pelos executivos Benedicto Júnior e Paulo Cesena, da Odebrecht. Segundo os delatores, entre 2008 e 2014, houve pagamentos de vantagens indevidas para o ministro do Governo Michel Temer, em montante superior a R$ 20 milhões. Os repasses teriam como objetivo “obter vantagens” de Kassab na condição de prefeito de São Paulo e, depois, de ministro das Cidades do governo Dilma Rousseff. Benedicto Júnior, o BJ, relatou que os valores foram solicitados diretamente por Kassab. Em 2008, afirmou o executivo, ele teria sido convidado para um café com Kassab, na casa do ministro, “oportunidade em que lhe foi solicitado o valor aproximado de R$ 3,4 milhões a pretexto de contribuição para campanha”. O delator declarou que os valores foram pagos de maneira ilícita, sem registro eleitoral, com ciência pessoal de Kassab, entre janeiro e junho de 2008. Ajude a Fórum a fazer a cobertura do julgamento de Lula. Clique aqui e saiba mais.  Em 2013, ao criar o PSD, Gilberto Kassab pediu, segundo o executivo da Odebrecht, “repasses financeiros mais de uma vez a pretexto das campanhas de 2014 e para a criação do novo partido”. Aproximadamente, R$ 17,9 milhões, entre novembro de 2013 e setembro de 2014, foram pagos “de maneira ilícita, sem registros oficiais”. BJ e Paulo Cesena relataram que esses últimos valores foram alocados, “para efeitos gerenciais”, na Odebrecht Transport, que mantinha contratos com a prefeitura de São Paulo em temas relacionados à mobilidade urbana. Segundo Paulo Cesena, com a ida de Gilberto Kassab para o Ministério das Cidades, em 2015, a Odebrecht foi beneficiada diretamente por intervenções políticas da Pasta. O delator citou como exemplo as “debêntures de infraestrutura”, relacionadas à linha 6, solicitação feita perante o Ministério das Cidades. Houve também, ainda segundo Paulo Cesena, um pedido de crédito no programa Pró-Transporte, que foi deferido. Em nota oficial, a defesa do ministro Gilberto Kassab disse “receber com estranhamento o ajuizamento de ação às vésperas de recesso judicial”. Segundo nota oficial, Kassab “aguarda com serenidade os argumentos utilizados pelo Ministério Público para demonstrar a legalidade de todos os atos de sua gestão, como tem acontecido em outras situações”. *Com informações da Época Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil/Fotos Públicas