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O bilionário cartel de obras, comandado por empreiteiras durante mais de uma década em São Paulo, sempre em governos tucanos, caiu como uma bomba no PSDB, que já faz as contas de como o novo escândalo pode abalar a candidatura do governador à presidência.
Da Redação*
Parece que a candidatura tucana à presidência em 2018 pode sofrer nova reviravolta. Depois de Geraldo Alckmin praticamente assegurar seu nome como postulante ao cargo em 2018 pelo PSDB, a revelação da existência do cartel das empreiteiras, que tocaram diversas obras milionárias nos últimos governos do estado de São Paulo, todos tucanos, caiu como uma bomba no partido. Com isso, o prefeito de São Paulo, João Doria, que era carta fora do baralho, pode ganhar uma sobrevida e voltar a ter força internamente, dependendo das consequências dessa nova denúncia.
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Tucanos do primeiro escalão passaram a terça-feira (19) discutindo com aliados os eventuais estragos sobre as principais candidaturas do partido, principalmente pela hoje provável postulação do governador Geraldo Alckmin (SP) à presidência. O que seu viu foi um silêncio geral a respeito do episódio, a começar pelo próprio Alckmin, que cancelou agenda pública na terça. A defesa inicial do governo deverá ser feita nesta quarta (20), pela Secretaria de Transportes Metropolitanos.
O raciocínio da cúpula tucana é óbvio: mesmo que a investigação criminal sobre o caso demore a acontecer e/ou não encontre nada que comprometa o governador e auxiliares, já que o cartel operou em boa parte da gestão Alckmin, está dada munição para seus adversários. E justamente no ponto considerado, em pesquisas internas, o mais forte de Alckmin: a reputação de honestidade pessoal, vital em tempos de Operação Lava Jato.
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Como disse um dirigente da sigla, praticamente não importa se o tucano vai ou não ser implicado. A presença do tema na campanha já basta para causar embaraço ao governador.
Reincidência
Não é a primeira vez que o governador de São Paulo vê seu nome envolvido em fraudes. O ex-diretor da Dersa e operador de Alckmin e Serra, Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, chegou a ser aconselhado por um grupo de criminalistas a propor um acordo de colaboração com o Ministério Público Federal, pois ele teria revelações a fazer sobre o período de 2005 a 2010, que abarca governos de Geraldo Alckmin e José Serra, ambos do PSDB, conforme a Fórum publicou em março deste ano.
Os advogados que aconselharam Souza disseram que ele deveria se apressar a falar. Acham que suas informações teriam mais valor se fossem apresentadas antes de as delações feitas por ex-executivos da Odebrecht se tornarem públicas. Souza, de 2005 a 2006, sob a gestão de Alckmin, comandou um grupo que coordenava investimentos rodoviários entre Estado e municípios. Em 2007, quando Serra assumiu o governo paulista, ele foi alçado à Diretoria de Engenharia da Dersa.
*Com informações de Igor Gielow, da Folha de S.Paulo
Foto: Fotos Públicas