Amigo de Moro ofereceu desconto de US$ 10 Mi, se pagasse US$ 5 Mi por fora, diz Tacla Durán

Moro divulgou nota no dia 27 de agosto deste ano (leia aqui), negando que o “seu amigo pessoal”, Carlos Zucolotto, tenha tido qualquer contato com Tacla Durán. Tacla apresentou as provas periciadas

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Moro divulgou nota no dia 27 de agosto deste ano (leia aqui), negando que o “seu amigo pessoal”, Carlos Zucolotto, tenha tido qualquer contato com Tacla Durán. Tacla apresentou as provas periciadas Da Redação* Em depoimento à CPMI da JBS nesta quinta-feira 30, o ex-advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla Durán revelou que o advogado Carlos Zucolotto, amigo do juiz Sergio Moro, lhe ofereceu reduzir sua multa de US$ 15 milhões para US$ 5 milhões se o pagamento fosse feito em uma conta bancária em Andorra. "Percebi que as preocupações eram estritamente financeiras", disse Tacla Duran, relatando que, numa conversa por meio de mensagens com o advogado que negociava seu acordo de delação premiada, ele recebeu a oferta de redução da multa. A conversa foi encaminhada à perícia da CPMI. O juiz Sérgio Moro divulgou nota (leia na íntegra abaixo), no dia 27 de agosto deste ano, negando de maneira resoluta que o “seu amigo pessoal”, Carlos Zucolotto, tenha tido qualquer contato com o, segundo Moro, “advogado foragido Rodrigo Tacla Durán”. Na mesma nota, Moro diz que Durán não apresentou “qualquer prova de suas inverídicas afirmações e o seu relato não encontra apoio em nenhuma outra fonte”. Tacla Duran, no entanto, em seu depoimento à CPI do Senado, na manhã desta terça-feira (30), apresentou provas com diversas mensagens trocadas entre ele e Zucolotto, periciadas pela Associação Espanhola de Peritos. Tacla Durán disse ainda em seu depoimento que recebeu uma minuta do Ministério Público (sobre o acordo de delação) que constava “que o valor seria reduzido para um terço, mas que eu pagasse os US$ 5 milhões para uma conta de Andorra. A procuradoria sempre soube que eu não tinha dinheiro em Andorra. Ou seja, era juridicamente impossível descontar de uma conta minha em Andorra. Então era fato que o que seria pago seriam US$ 5 milhões, não US$ 15 milhões". Neste momento, o deputado Wadih Damous (PT-RJ) lhe perguntou sobre uma reportagem publicada pela jornalista Monica Bergamo, na Folha de S.Paulo, em que ele denunciava ter recebido proposta para que fizesse pagamento "por fora". "A matéria da Folha falava em 'pagamento por fora'. É isso?", questionou Damous. "É isso", respondeu Tacla Duran. "Eu não aceitei porque me senti constrangido. O valor seria para ele e para quem estava ajudando ele. E seria pago em troca da atuação dele no caso", completou o advogado. Questionado, ele disse que não sabia quem era a pessoa que estava ajudando Zucolotto. Leia a íntegra da nota divulgada pelo juiz Sergio Moro em 27 de agosto:
  • "O advogado Carlos Zucolotto Jr. é advogado sério e competente, atua na área trabalhista e não atua na área criminal;
  • O relato de que o advogado em questão teria tratado com o acusado foragido Rodrigo Tacla Duran sobre acordo de colaboração premiada é absolutamente falso;
  • Nenhum dos membros do Ministério Público Federal da força-tarefa em Curitiba confirmou qualquer contato do referido advogado sobre o referido assunto ou sobre qualquer outro porque de fato não ocorreu qualquer contato;
  • Rodrigo Tacla Duran não apresentou à jornalista responsável pela matéria qualquer prova de suas inverídicas afirmações e o seu relato não encontra apoio em nenhuma outra fonte;
  • Rodrigo Tacla Duran é acusado de lavagem de dinheiro de milhões de dólares e teve a sua prisão preventiva decretada por este julgador, tendo se refugiado na Espanha para fugir da ação da Justiça;
  • O advogado Carlos Zucolotto Jr. é meu amigo pessoal e lamento que o seu nome seja utilizado por um acusado foragido e em uma matéria jornalística irresponsável para denegrir-me; e
  • Lamenta-se o crédito dado pela jornalista ao relato falso de um acusado foragido, tendo ela sido alertada da falsidade por todas as pessoas citadas na matéria."
*Com informações do Brasil 247