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O advogado do prefeito alegou que a propaganda foi feita para “criar artificialmente na opinião pública uma falsa imagem envolvendo o prefeito ACM Neto”
Da Redação*
Com o intuito de desvincular completamente a sua imagem de Geddel Vieira Lima, o prefeito de Salvador ACM Neto conseguiu uma liminar, nesta segunda-feira (20), proibindo o PT de veicular propaganda ligando o nome dos dois. O documento, assinado pelo juiz corregedor do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Fábio Alexsandro Costa Bastos, também proíbe que se coloque o gestor como um dos responsáveis pela não liberação de recursos do governo federal para a administração estadual.
Em 2014, para retribuir o apoio dado por Geddel Vieira Lima durante as eleições municipais de 2012, ACM Neto apoiou o ex-ministro que concorria à vaga ao Senado. Na época ele dizia: “A Bahia precisa de um cara retado lá em Brasília”.
Geddel foi preso em 5 de setembro, após a PF apreender R$ 51 milhões em um apartamento em Salvador.
Além do ex-ministro, a Polícia Federal prendeu também no mesmo dia um dos principais homens de Geddel na gestão democrata: Gustavo Ferraz, exonerado por ACM da diretoria-geral da Defesa Civil de Salvador (Codesal) pouco mais de duas horas depois da detenção.
Deputado Jorge Solla lamenta atitude de ACM Neto
O deputado federal Jorge Solla (PT-BA) lamentou a atitude de ACM Neto em recorrer ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-BA) para censurar a propaganda partidária do Partido dos Trabalhadores, que em seu conteúdo abordava a ligação política entre Neto e o ex-ministro Geddel, preso na Operação Lava-Jato.
“ACM Neto tentar esconder Geddel é confissão de culpa. Seu advogado teve a desfaçatez de chamar de ‘fatos mentirosos’ uma aliança que é pública e sobre a qual há fartos vídeos, fotos e declarações públicas de lealdade e afeto. O prefeito poderia ter feito uma autocrítica e rompido com Geddel, não teria esse constrangimento de ter que censurar a oposição. Mas inexplicavelmente não o fez até hoje, mantém na prefeitura os seus indicados. Terá o prefeito medo do que Geddel pode vir a dizer sobre ele?”, indaga o deputado.
Para o petista, a decisão do TRE apenas amplia a exposição do prefeito ao constrangimento público pela aliança com Geddel e seu irmão, o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB). “É muita prepotência em pleno 2017 de redes sociais, whatsapp e tudo mais acreditar que censurando um programa partidário vai evitar que a população conheça todos os detalhes da relação do prefeito com Geddel, que está na Papuda flagrado com mais de R$ 51 milhões em dinheiro de propina. Ao contrário, essa atitude demonstra é desespero”, completou.
As justificativas do juiz
“É que a propaganda partidária gratuita só pode ser realizada com o escopo de difundir a ideologia partidária, transmitir mensagens aos filiados, divulgar a posição do partido em relação a temas político-comunitários e promover/divulgar a participação política feminina”, escreveu o juiz.
“Na minha compreensão inicial, a publicidade se desgarra, por completo, das normais constitucionais e legais que amparam a honra e a imagem das pessoas”, completou, e estipulou uma multa de R$ 5 mil ao partido, por dia, em caso de descumprimento da decisão.
*Com informações do Bocão News