Escrito en
POLÍTICA
el
Em contundente editorial, a Folha aponta que a atitude do ex-assessor Lucas Tavares é um “flagrante revelador, quase didático, de como governos e a burocracia podem obstruir a prestação de contas à sociedade”
Da Redação*
A Folha de S. Paulo publica editorial, em sua edição desta sexta-feira (10), sobre as declarações gravadas do ex-chefe de gabinete da secretaria de Comunicação de Doria, Lucas Tavares. Com o título “O que puder dificultar”, o texto faz contundente crítica à atitude do assessor que, segundo o jornal, trata-se de um “flagrante revelador, quase didático, de como governos e a burocracia podem obstruir a prestação de contas à sociedade”.
Para a Folha, “a Lei de Acesso à Informação (LAI) está entre as mais modernas do mundo em seus propósitos. Regulamentou-se com ela o direito que qualquer cidadão tem de requerer números e esclarecimentos das administrações federal, estaduais e municipais —sem a necessidade de justificar o pedido”.
O jornal prossegue lembrando que “entre os exemplos corriqueiros estão os múltiplos empecilhos criados para a divulgação de salários do funcionalismo, em particular no Judiciário e no Legislativo —veja-se o caso recente da Câmara Municipal de São Paulo, que decidiu apagar os nomes dos servidores na lista de vencimentos que exibe em meio digital”.
O jornal relembra ainda que “trechos do áudio mostram estratégias como a recusa em fornecer dados pela internet, de modo a retardar a apuração e, no limite, levar o profissional a desistir da reportagem”.
O que mais assusta – e isto pôde ser notado em algumas reações nas redes, que trataram as ações do assessor como normais e que o jornal aponta é que “nem se pode chamar de surpreendente o conteúdo da conversa: o poder não raro vê como estorvo, ou mesmo ameaça, a publicidade ampla e tempestiva de informações —mesmo sobre aspectos comezinhos como buracos de rua ou queixas quanto à limpeza urbana”.
Para finalizar – e lembrar definitivamente o tanto que é necessário banir atitudes como as do assessor Lucas Tavares, sobretudo das assessorias públicas – a Folha aponta que “é a transparência, mais que qualquer regulamento orçamentário, a ferramenta mais efetiva na busca por uma gestão mais responsável e eficiente de um aparato estatal que drena, com tributos, um terço da renda do país”.
*Com informações da Folha