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Jornal deu espaço ao general que, em texto, afirmou que uma intervenção militar seria legítima, mesmo sem amparo legal, em uma situação de agravamento da crise política, chegando até a citar 1964 como exemplo
Por Redação
Um dos jornais mais lidos do país, O Estado de S. Paulo, deu espaço, nesta quinta-feira (5), a um general reformado que defendeu, em artigo, a possibilidade de uma intervenção militar. O texto de Luiz Eduardo Rocha Paiva foi publicado tanto na versão impressa quanto na versa digital do jornal.
No texto, intitulado "Intervenção, legalidade, legitimidade e estabilidade", Paiva cita o artigo 142 da Constituição Federal que define as atribuições das Forças Armadas e expressa sua total submissão ao presidente da república, mas ressalta, logo na sequência, que "indivíduos e grupos poderosos vêm usando a lei com o propósito de auferir vantagens injustificáveis, portanto, ilegítimas" e que, por isso, mesmo a contragosto e sem o amparo legal, uma intervenção militar seria legítima.
"A intervenção militar será legítima e justificável, mesmo sem amparo legal, caso o agravamento da crise política, econômica, social e moral resulte na falência dos Poderes da União, seguida de grave instabilidade institucional com risco de guerra civil, ruptura da unidade política, quebra do regime democrático e perda de soberania pelo Estado", sugere.
Paiva embasa ainda seu argumento citando o suposto apoio popular que uma intervenção militar poderia vir a ter. "Na verdade, só o STF e a sociedade conseguirão deter o agravamento da crise atual, que, em médio prazo, poderá levar as Forças Armadas a tomarem atitudes indesejadas, mas pleiteadas por significativa parcela da população".
O artigo do general da reserva, publicado em um dos maiores veículos de imprensa do país, vem em meio a uma série de rumores sobre uma articulação das Forças Armadas para tomar o poder. Os rumores ganharam força com as recentes declarações do general Hamilton Mourão que, em palestra à maçonaria, disse que essa já era uma possibilidade que vinha sendo trabalhada pelos militares.
O Estadão, por sua vez, esclareceu em artigo logo na página seguinte ao do general que o espaço dado a ele se justifica para a "ilustração do pensamento” que tem o potencial de prosperar dentro das Forças Armadas e também entre os cidadãos “desencantados com os políticos”.
Foto: Agência Senado