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Tucanos presentes à convenção circularam uma moção de apoio ao vice, chamado de "o melhor secretário municipal de Prefeituras Regionais que São Paulo já teve"
Da Redação*
Doria decidiu demitir o secretário-adjunto de Prefeituras Regionais, Fabio Lepique, no dia 26, e informou por telefone o vice, que é titular da pasta e estava em Paris.
A interlocutores, o vice Bruno Covas expressou incômodo com atitudes recentes do prefeito e disse que não quer ser um "vice decorativo". Com o mal-estar, relatou disposição em ser candidato no ano que vem caso Doria permaneça à frente da prefeitura. Não há definição sobre qual posto disputaria.
À Folha Covas negou qualquer estresse na relação com o prefeito de São Paulo.
Segundo quatro auxiliares de Doria ouvidos pela reportagem, o mal-estar se acentuou com a cobiça pela pasta, farta em contratos, pelo secretário Cláudio Carvalho (Investimento Social) com incentivo de Anderson Pomini (Justiça).
O desgaste começou há 20 dias, quando Doria anunciou a criação dos "superprefeitos regionais", que foi uma ideia de Carvalho, à revelia de Covas e Lepique.
A medida consiste em dar poder para alguns prefeitos regionais fiscalizarem outros em uma ação para tentar melhorar a zeladoria.
Doria e Covas conversaram na tarde deste domingo (29) para resolver o imbróglio. Na sequência, o prefeito promoveu em sua casa uma partida de futebol entre vereadores e secretários para descontrair.
Também neste domingo, o vereador João Jorge foi eleito pelo diretório municipal do PSDB o novo presidente do partido na cidade, com apoio de Doria e Covas.
Tucanos presentes à convenção circularam uma moção de apoio ao vice, chamado de "o melhor secretário municipal de Prefeituras Regionais que São Paulo já teve".
Doria também elogiou Covas. "Bruno segue muito prestigiado, é competente, sério, dedicado, além de tudo meu amigo. Ele foi eleito com os mesmos votos que eu e estamos fazendo essas mudanças em conjunto".
O prefeito afirmou que haverá "um rearranjo da Secretaria [de Prefeituras Regionais], e já fizemos o mais importante, que foi eleger líderes para áreas da cidade, de maneira a melhorar a sua eficiência".
Segundo apurou a Folha, a substituição de Carvalho, que foi vice-presidente da construtora Cyrela, não está descartada pelo prefeito.
"Temos que ter sensibilidade para ouvir a população e melhorar nosso desempenho, mesmo sem dinheiro", concluiu Doria.
ZELADORIA
Como pano de fundo do desgaste entre o prefeito e seu vice, há um incômodo generalizado na administração com a zeladoria da cidade, que ajudou a derrubar a popularidade de Doria.
Segundo levantamento do Datafolha, a aprovação do prefeito caiu de 41% de ótimo/bom para 32% em quatro meses, período no qual intensificou sua agenda nacional, de olho na disputa pela Presidência em 2018.
Conforme revelou a Folha, a atual gestão recolheu 6% menos toneladas de sujeira nos primeiros seis meses do ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo o jornal "O Estado de S. Paulo", outras sete ações de zeladoria, como reparos de calçadas e limpeza de pichações também pioraram.
*Com informações da Folha*
Foto: Prefeitura de São Paulo