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Ex-presidente viaja nesta terça-feira (24) para região do Vale do Rio Doce, afetada pelo rompimento das barragens da Samarco em 2015. Também visita experiência de recuperação ambiental do MST.
Por RBA, com reportagem de Cláudia Motta
A caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por Minas Gerais deixa Ipatinga nesta terça-feira (24) em direção ao Vale do Rio Doce e Mucuri. Ao fim da viagem, no dia 30 deste mês, serão ao menos 14 cidades visitadas nesta que é a segunda etapa das viagens de Lula pelo Brasil, que já passou pelo Nordeste.
"Vou completar 72 anos, mas estou com corpinho de um jovem de 30. Estou me preparando. Eles que façam plástica, qualquer coisa, porque eu vou voltar com o tesão de 20 anos para salvar esse país do que eles estão fazendo", disse Lula no ato de Ipatinga.
A operadora de vendas Vânia Martins de Oliveira, 30 anos, moradora de Coronel Fabriciano, afirmou ter dado a Lula o seu primeiro voto e diz se lembrar do tempo de pobreza e desemprego na região no final dos anos 1990. “Era uma época em que só os filhos dos ricos podiam sonhar em fazer faculdade. Essa realidade mudou nos governos Lula. E hoje nosso Brasil está em luto (com as perdas de direitos conquistados). Eu vim aqui em defesa da democracia”.
A professora aposentada Sônia Maria Corrêa de Carvalho, 60 anos, nasceu e vive em Ipatinga. Com lágrimas nos olhos contou ter tido uma vida de participação em movimentos por oportunidades, justiça social e percebeu mudanças no modo de governar quando o PT chegou à prefeitura da cidade, em 1988. “Foram 20 anos de gestão em que aconteceram as grandes mudanças sociais que temos hoje. Lula e Dilma conseguiram levar esse trabalho em defesa dos menos favorecidos em nível nacional", disse.
"Eu vejo a erradicação da fome, a oportunidade de acesso à escola para os mais pobres, vi pessoas conseguindo sua casa com o Minha Casa Minha Vida, vi o Brasil não depender do que dizia o FMI. E vejo hoje que estão tentando retirar os direitos dos trabalhadores, os direitos das domésticas. Eles conseguiram com um golpe fajuto tirar a Dilma, mas não tiram nosso desejo de trabalhar pela volta do Lula", completou.
Segundo Sônia, a população aprendeu a distinguir a diferença do que é governar para maioria na área social e na área de política urbana. A cidade teve administrações petistas de 1989 a 2004 e de 2013 a 2016. “Foi assim em nossa cidade, mas parece que uma parte do povo se acostuma com as coisas boas e acha que é pouco, e quer mais. Nessa ilusão, elegeu duas vezes um oportunista aqui que de governante não tem nada. Piorou tudo, na saúde, na educação, fechou grande número de vagas em creches. A cidade está paralisada”.
Segundo dia
Na manhã da terça (24), Lula visita um viveiro do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na região do Vale do Rio Doce. O objetivo da instalação é tentar recuperar o meio ambiente no local que passou por uma destruição maciça após o rompimento de duas barragens da Samarco, controlada pela Vale, em novembro de 2015. Ainda pela manhã, Lula segue para Governador Valadares para a realização de um ato de caráter ambientalista em defesa do Rio Doce.
Na parte da tarde, o ex-presidente vai para Teófilo Otoni, na região do Mocuri. Lá, vai visitar um campus da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri, um dos 16 instalados pelos governos petistas no estado. Após a visita, vai para o ato “Em defesa da Educação” na Praça Tiradentes, região central da cidade, que está programado para as 19 horas.
Com informações da Rede Brasil Atual
Foto: Ricardo Stuckert/Fotos Públicas