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Senador tucano perdeu em seu estado as eleições presidenciais, assim como perderam seus candidatos a governador e prefeito de Belo Horizonte. Nem na pequena Claudio, viu seu primo se eleger
Por Helena Sthephanowitz, na RBA
De olho nos votos dos mineiros na eleições de 2018, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) está sendo pressionado por seus aliados a arrumar as malas e voltar a morar em Belo Horizonte a partir do segundo semestre, numa tentativa de reverter o histórico de derrotas que seu grupo político acumula desde as eleições de 2014, quando ele mesmo foi o candidato derrotado à Presidência da República. Aécio pretende neutralizar cobranças de correligionários, de que está ausente do estado. “A volta para Minas Gerais daria a Aécio dois anos para reestruturar sua base para as eleições de 2018” – quando se encerra seu mandato de senador –, relataram amigos.
A bem da verdade, ausente Aécio sempre esteve. O senador deixou a capital mineira aos 10 anos de idade, se mudou para o Rio de Janeiro, onde passou a adolescência e o início da vida adulta. Eleito governador de Minas, de 2003 a 2010, adotou a prática de despachar por Minas estando no Rio de Janeiro. Nos momentos em que esteve em seu estado natal, Aécio foi criticado por constantemente usar avião público para ir ao Rio. Foram 124 viagens, nos sete anos e três meses em que foi governador, a maioria delas entre quinta-feira e domingo.
Depois da derrota em 2016 de seu grupo em Belo Horizonte, o senador tucano tem sofrido com piadas e deboches de outros políticos: nem na pequena cidade de Claudio, onde Aécio construiu um aeroporto, com dinheiro público e em propriedade familiar, ele conseguiu eleger o seu primo, Tancredo Aladim Rocha Tolentino, o Kedo (PHS), que ficou em terceiro na disputa pela prefeitura local. A liderança de Aécio em seu próprio parece ser pouco firme. Aécio não tem o prefeito da capital e tem no governo estadual um opositor, o petista Fernando Pimentel.
Após ser derrotado em Minas pela presidenta Dilma Rousseff (PT), na disputa de 2014 – resultado decisivo para sua derrota nacional –, viu seu candidato Pimenta da Veiga perder a disputa pelo governo estadual para Pimentel. Dois anos depois, assistiu o também tucano João Leite, amargar nova derrota em tentativa de eleger o prefeito de Belo Horizonte, para Alexandre Kalil (PHS).
Outra razão para Aécio arrumar as malas em busca dos votos de eleitores mineiros está no fato de o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, enxergar-se como seu concorrente à vaga de candidato tucano à Presidência da República em 2018. E Alckmin está em razoável vantagem.Seu candidato à prefeitura de São Paulo, João Doria , elegeu-se no primeiro turno, enquanto o de Aécio naufragou.
Na disputa em 2018, Aécio corre risco de não ser protagonista, mas acessório de Serra e Alckmin, que, tudo indica, vão engolir um ao outro para ver quem será o candidato do PSDB.