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O ex-presidente convocou pronunciamento no Hotel Jaraguá, no centro de São Paulo, para falar sobre a denúncia contra ele feita pelo MPF no âmbito da Operação Lava Jato
Por Matheus Moreira
Nesta quinta-feira (15), o ex-presidente Lula fez pronunciamento no hotel Jaraguá, no centro da cidade de São Paulo, para falar sobre as denúncias contra ele no âmbito da Operação Lava Jato, oficializadas pelo Ministério Público Federal nesta quarta-feira (14).
Para o procurador de justiça Deltan Dallagnol, Lula está no “topo da organização criminosa” e seria o “comandante máximo” do esquema investigado, ainda que atos apurados pela operação datem do governo de Vargas, décadas antes.
Em seu pronunciamento, Lula se disse tranquilo e afirmou que está à disposição da Justiça, mas exigiu respeito. "Eles falam que eu tenho um monte de coisas. Se não podem provar, peçam desculpas ao Lula".
Ele apontou que a perseguição a ele e a presidenta eleita Dilma Rousseff serviu como luta contra as políticas sociais promovidas durante os governos petistas. O ex-presidente citou ainda veículos de imprensa, como a revista Veja, que "promoveram perseguições e constrangimentos midiáticos" contra ele e a presidenta Dilma. “A lógica não está mais nos autos dos processos, está na manchete, ‘quem é que vamos criminalizar?’”.
Sobre a hipótese que tomou as redes, de que deixaria o país em exílio, Lula foi categórico. "Não tenho a vocação de Getúlio de me dar um tiro, e não tenho a vocação de Jango para sair do Brasil. Para disputar comigo vai ter que ganhar na rua”.
Em sua fala, Lula também ironizou a postura dos promotores ao afirmarem que "não têm provas, mas tem convicções" sobre as denúncias que fizeram contra o ex-presidente.
"Eles tinham o avião com 400 kg de cocaína, mas eles não tinham a convicção", afirmou, se referindo à inércia da Justiça com o caso do helicóptero com pasta base de cocaína tripulado pelo senador Zezé Perrela, aliado de Aécio Neves (PSDB) em Minas Gerais.
O petista ainda comentou as ocupações das escolas contra a reorganização escolar e concluiu parabenizando os estudantes: "Essa molecada que impediu que o Alckmin de fechar escolas é o Lula com 71 anos de idade multiplicado".
Emocionado, Lula lembrou sua trajetória e disse: “Nada, só Deus pode me fazer parar de lutar pelo que eu acredito [...] quando a gente tem razão e motivação não há tempo para canseira”.
O ex-presidente, diante do contexto do que avalia como perseguições, ainda animou a militância ao beijar a camisa do PT e dizer que sente orgulho do partido.
“Cada petista a partir de agora tem que começar a andar de camisa vermelha”.
Foto: Reprodução/TVT