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"O que mais me preocupa é essa elite raivosa", disse a atriz e ex-deputada federal em entrevista ao Brasil de Fato
Por Fania Rodrigues, no Brasil de Fato
Durante o ato das Mulheres pela Democracia, realizado no Circo Voador, na terça-feira (5), a atriz Bete Mendes concedeu entrevista ao Brasil de Fato e falou sobre o atual momento que o país vive. Ela ainda comentou as críticas machistas feitas pela grande imprensa à presidente Dilma Rousseff. Bete é mais que uma artista, também é militante política. Foi presa e torturada durante a ditadura militar. Na época era estudante de sociologia e teve que abandonar o curso. Por isso defende com tanto vigor a democracia e condena o que ela classifica como “golpe contra a presidente eleita por 54 milhões de brasileiros”.
Brasil de Fato - Como você vê a atual situação política do país?
Bete Mendes - Nós melhoramos muito nos últimos anos. Temos uma presidenta que foi eleita por 54 milhões de brasileiros. Nesse enorme Brasil, muita gente está tendo condições de alimentação, de trabalho, de sistema de irrigação, luz. Quase ninguém vê que o governo está governando para milhões de brasileiros. Não é só para a classe média da cidade.
Brasil de Fato - O que mais te preocupa no atual cenário político?
Esse modelo de governo tem atenção especial para os mais pobres. É isso que incomoda a elite. Ela não está olhando para o Brasil inteiro. A elite não vê como o país melhorou nos últimos anos. O que mais me preocupa é essa elite raivosa.
Brasil de Fato - Qual é sua opinião sobre a reportagem da revista IstoÉ, que fez críticas machistas à presidente Dilma Rousseff?
Essa revista merece um processo porque ela agrediu a presidenta da República. Se agredisse uma mulher comum já era um crime, agredir a presidenta é um duplo crime. Então essa capa não merece nem ser comentada, não merece nada a não ser um processo.
Outras atrizes comentam
Nos últimos dias, outras atrizes também manifestaram seu apoio à presidente Dilma Rousseff. Veja o que elas falaram nos eventos em defesa da democracia e à imprensa.
Tereza Seiblitz. “Nas bancas de jornais, quando vejo as capas da IstoÉ e da Veja, eu fujo, porque fico enojada. Há 15 anos não via Jornal Nacional e assisti um dia desses, fiquei agoniada. O que me acalenta é encontrar pessoas nas ruas. Precisamos ir para as ruas gritar para garantir que não vai ter golpe”
Débora Bloch. “Eu me coloco a favor da democracia, com medo de que a democracia seja ameaçada se houver este processo de impeachment fora do processo legal exigido. Isso me preocupa, porque eu cresci sob a ditadura militar, vi pais de amigos presos e torturados e acho um grande perigo”
Elisa Lucinda. “Eu não sou petista, mas sou a favor desse projeto de governo de inclusão. Eu acredito que nesse momento não dá mais para brincar, para esconder que tem um Brasil atento à trama que está sendo armada na nossa cara e que não vai passar despercebida. A gente sabe que tem uma extrema direita, muito incomodada com os avanços sociais, vendo preto pegar avião, preto na universidade”
Foto de capa: Divulgação