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Há 200 milhões de brasileiros muito curiosos para saber: como o PSDB vai explicar a participação em um governo que ele mesmo tenta derrubar na Justiça por considerar ilegalmente eleito?
Por Murilo Cleto
Na próxima terça-feira, dia 3 de maio, a executiva nacional do PSDB deve bater o martelo sobre o papel do partido no governo Temer. O governador Geraldo Alckmin, que tem intenções de concorrer à presidência em 2018, já disse ao jornalista Kennedy Alencar que é contra a ocupação de ministérios, embora admita apoio parlamentar.
Mas, há dois dias, Aécio Neves, presidente da sigla, e Fernando Henrique Cardoso, a maior referência tucana, endossaram o desejo escancarado de José Serra, que há meses dialoga com Temer, e apoiam a indicação de nomes do partido para a formação da nova equipe ministerial. Parece difícil que prevaleça a posição quase isolada do governador de São Paulo.
Atualmente, no entanto, corre uma ação do PSDB no Tribunal Superior Eleitoral que pede a cassação da candidatura da chapa que reuniu PT e PMDB em 2014. A alegação fundamental é que a campanha de Dilma e Temer usou recursos desviados da Petrobras, conforme indicam as investigações da Operação Lava Jato.
Diante disso, cabe uma simples pergunta – e necessária diante da grandeza do partido que representa a maior alternativa política contra a hegemonia do PT no Planalto: como o PSDB vai explicar a participação em um governo que ele mesmo tenta derrubar na justiça por considerar ilegalmente eleito?
É bom responder. Há 200 milhões de brasileiros muito curiosos para saber.
Foto de capa: George Gianni/PSDB-Divulgação