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É impossível saber os vencedores dessa disputa. Seja qual for o resultado, haverá uma grande noite caótica pela frente, um atraso histórico nos avanços sociais e econômicos e uma ameaça direta à democracia e à economia
Por Luis Nassif, no Jornal GGN
O que seria o dia seguinte ao impeachment? O jogo não está decidido. Nenhum dos dois lados conseguiu o número mínimo para apregoar vitória. Mas vale como exercício.
Não é necessário muita imaginação para supor.
O novo jogo teria os seguintes personagens:
- O novo governo, controlando o Executivo e o Congresso..
- O Supremo Tribunal Federal
- O Procurador Geral da República/Lava Jato
- A mídia
- A frente anti-impeachment
- A frente pró-impeachment.
Consolidação do poder
No dia seguinte à tomada do poder, a estratégia do novo grupo será a consolidação definitiva do poder. Assume em uma posição precária, ilegítima, tendo atrás de si a Lava Jato e a desconfiança geral e à frente às eleições de 2018. Suas armas são temíveis: controle do Executivo e do Congresso, das leis e da caneta. Usarão como puderem para enfrentar as seguintes frentes:- Lava Jato.
- Crise econômica.
- Eleições de 2018, logo ali.
- Ampliação do arco de alianças.
- Mudanças estruturais que permitam a consolidação do poder.
- Enquadramento do Ministério Público Federal e da Lava Jato.
- Administração de uma economia em crise.
A busca do inimigo interno
Em um primeiro momento, haverá uma falsa euforia do mercado, com valorização de ativos e queda do dólar. Durará pouco. É uma crise de demanda que não será resolvida pela mera melhoria do índice Bovespa, ainda mais tendo em conta o custo da fatura para a montagem de alianças. Haverá uma ampliação geométrica das manifestações de rua. Como superar o quadro de crise econômica + falta de legitimidade + manifestações de rua? Nem é preciso ser um grande visionário para perceber o lance seguinte: o macarthismo. Além da ilegitimidade original, o novo governo ampliará as reações dos movimentos sociais com os cortes de políticas sociais. A reação das ruas fornecerá o alibi do inimigo interno e O novo governo se escudará cada vez mais na ultradireita da opinião pública e nas bancadas religiosas. A ameaça bolivariana e a dissolução moral são os elos que unem tudo, a ultradireita na rua, os jovens turcos do Ministério Público, o conservadorismo do Judiciário e a classe média, os grupos religiosos.Os desdobramentos
É impossível saber os vencedores dessa disputa. Seja qual for o resultado, haverá uma grande noite caótica pela frente, um atraso histórico nos avanços sociais e econômicos e uma ameaça direta à democracia e à economia. Não fosse o custo a ser pago pelo país, especialmente pelos mais vulneráveis, seria uma boa lição a esses aprendizes de feiticeiro que resolveram abrir a caixa de Pandora e colocar em risco a democracia apenas para exercitar os músculos. Fotomontagem: Jornal GGN
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