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A partir desta semana, 48 obras serão devolvidas do acervo do Palácio do Planalto e do Alvorada para o Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro (MnBA).
Por Jornal GGN
A partir desta semana, 48 obras serão devolvidas do acervo do Palácio do Planalto e do Alvorada para o Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro (MnBA).
Devido ao encerramento do contrato de comodato, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) autorizou, junto com o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e pela Diretoria de Documentação Histórica (DDH) do gabinete da Presidência da República, a devolução de trabalhos de Cândido Portinari, Djanira da Mota, Alberto da Veiga Guignard, Arcângelo Ianelli, Eliseu Visconti, Maria Leontina, Rodolfo Amoedo e Henri Nicolas Vinet.
O empréstimo das obras durou entre 1956 a 1991, sendo prorrogado até o final deste ano. Em geral, as peças ficavam abertas para visitação do público e devem ser substituídas por outras do acervo da Presidência e do Banco Central (BC).
Segundo o jornal Correio Braziliense, Rogério Carvalho, curador do Palácio do Alvorada durante quase dez anos, disse que se reuniu com Mônica Xexéo, direitor do MnBA, pouco antes do impeachment de Dilma Rousseff. Carvalho diz que Xexéo “teve a pachorra” de oferecer o “descarte do museu” para substituir as peças que estavam no Palácio. “Nas últimas reuniões que participei, Mônica ofereceu um Rometo Britto em troca de um Eliseu Visconti”
Maria Elisa Costa, filha de Lúcio Costa (um dos “inventores” de Brasília) e ex-presidente do Iphan, criticou a devolução das obras e faz um apelo à atual presidente do órgão, Kátia Bogea, para que evite a saída do acervo de Brasília.
Ela afirma que Juscelino Kubitschek “conseguiu que o Museu de Belas Artes da antiga capital lhe cedesse uma bela coleção de obras de arte, a serem colocadas nos Palácios de Brasília, como a dizer – aqui, Poder & Arte convivem, cotidianamente.”
“A ideia de JK criou raiz. Retirá-las seria desmerecer a sensibilidade e a sabedoria de quem foi capaz de construir, em três anos, nossa capital.... Ele não merece!”, disse Maria Elisa pelas redes sociais
Carvalho concorda com as críticas de Maria Elisa e diz que a mudança das obras prejudica o patrimônio cultural de Brasília. “Essa relação das peças de arte com a cidade se dá não só porque são quadros ou objetos que estão aqui há 40 anos. Ela acontece porque eles fazem ambientação dos dois prédios mais importantes do país. Essa relação direta deve ser preservada”, afirma, completando que “não podemos vê-las[as peças] como algo isolado, meros objetos. São objetos que se relacionam com pessoas”.
De acordo com a assessoria da Presidência da República, as obras estavam sendo devolvidos por motivo de preservação, passando por uma limpeza e que serão expostas de forma adequada.