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Executivo da Odebrecht confirma em delação premiada a versão de Cláudio Melo Filho de que Temer teria pedido dinheiro pessoalmente no palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência.
Da Redação com informações da Folha de São Paulo
Marcelo Odebrecht, protagonista de um pedido pessoal do presidente Michel Temer de um pagamento de R$ 10 milhões feito pela sua empreiteira ao PMDB através de caixa dois, confirmou a história. O episódio, que teria acontecido em maio de 2014, no Palácio do Jaburu, com a presença de Temer, então vice-presidente, e do hoje ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, foi relatado na semana passada em delação do ex-executivo da empreiteira, Cláudio Melo Filho, e foi amplamente divulgado pela imprensa. Temer não só negou, como criticou o vazamento do conteúdo da delação, chegando a insinuar ao Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, que ela deveria ser anulada.
Marcelo, que fechou acordo de delação premiada, depôs por pouco mais de três horas na segunda (12) em Curitiba. De acordo com procuradores, as oitivas seguiram terça (13) e devem durar ao menos três dias.
O delator Cláudio Melo Filho já apresentou, inclusive, provas da propina encaminhada a Temer, incluindo um email de Marcelo Odebrecht (MO) para comprovar que os R$ 10 milhões pedidos por Michel Temer à empreiteira no Jaburu foram propina. Na mensagem, Marcelo diz ter feito o pagamento a MT (Michel Temer) depois de "muito choro" e afirmou que este seria o último pagamento ao time dele. Os recursos foram divididos com Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil, José Yunes, amigo e parceiro de Temer, e também Eduardo Cunha, que, nas perguntas que tentou enviar a Temer, mas que foram barradas por Sergio Moro, o questionou sobre essa doação.
"Marcelo não deu detalhes sobre a operacionalização do dinheiro que, de acordo com Melo Filho, foi feita por Padilha. Segundo o ex-executivo, o hoje ministro do governo pediu que parte dos recursos fosse entregue no escritório de José Yunes, assessor e amigo de Temer, em São Paulo.
Temer, Padilha e Yunes negam ter praticado qualquer tipo de irregularidade e a empreiteira não se manifesta sobre o teor dos acordos.
Após a conclusão dos depoimentos, o ministro Teori Zavascki, do STF (Supremo Tribunal Federal), decide por homologar ou não os acordos."