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Objetivo real da carta, que passou batido por toda a grande imprensa, é de que Janot cancele a delação que compromete o presidente.
Da Redação
Como quem não quer nada, Temer envia carta ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que dá a entender que a delação de Cláudio Melo Filho deve ser anulada. O executivo da Odebrecht diz ter entregado dinheiro não declarado à Justiça Eleitoral para a campanha de 2014 de Michel Temer no escritório de advocacia de José Yunes, seu amigo e conselheiro.
"Num clima de desconfiança, geradora de incerteza, o mister constitucional da União se vê seriamente obstruído. Daí a importância de se observarem todos os preceitos insertos na Lei n. 12.850, de 2013 (lei da delação premiada). Não por outra razão, em situação análoga, Vossa Excelência suspendeu tratativas de colaboração premiada em prol da higidez do procedimento legal", diz o documento.
A tentativa de interferir na PGR passou batido pela ampla maioria dos órgãos de imprensa que divulgaram a carta e todo o seu conteúdo. O tom geral foi de que Temer estaria tentando “acelerar” a investigação para que o país retome o crescimento. Algumas críticas aqui e acolá se limitaram a dizer que o presidente não deveria apressar a procuradoria, pois ela deveria ter seu tempo próprio.
Não à toa, procuradores da Lava Jato se pronunciaram dizendo que hoje Temer é um dos principais inimigos da investigação. Ao que parece, a pressão pode ter dado algum resultado. Janot pediu abertura de investigação para apurar o vazamento.