“Ao final do depoimento, o acusado [Henriques] admitiu que, em outro contrato da Petrobras, relativamente à aquisição pela Petrobras do campo de exploração em Benin, teria efetuado transferência bancária, a pedido de terceiro, para conta no exterior que pertenceria a um agente político, titular de foro privilegiado, já acusado em outra ação penal perante o Supremo Tribunal Federal”, escreveu Moro no despacho em que decretou a prisão preventiva de Henriques, detido temporariamente desde segunda-feira. Investigadores da Operação estão certos de que o político é o presidente da Câmara dos Deputados.
Segundo o Estadão, o empresário é réu em ação penal sobre suposta propina de US$ 31 milhões recebida no processo de contratação, pela Petrobras, do navio sonda Titanium Explorer, em 2009, por valor de US$ 1,8 bilhão. De acordo com o Ministério Público Federal, Henriques teria sido responsável pelo repasse de US$ 10,8 milhões ao PMDB.
Citado por mais um delator
Outro delator da Lava Jato, Fernando Soares – mais conhecido como Fernando Baiano –, afirmou que Eduardo Cunha recebeu US$ 5 milhões em propina relativos a contratos de navios-sondas com a Petrobras. A mesma informação já havia sido dada pelo lobista e também delator da Operação Júlio Camargo, fato que acabou motivando a denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Cunha ao STF (leia mais aqui).
Na última semana, circulou a notícia de que mais um delator da Lava Jato, o ex-gerente da Área Internacional da Petrobras, Eduardo Vaz da Costa Musa, declarou que Cunha era quem “dava a palavra final” sobre as indicações para a Diretoria Internacional da companhia (saiba mais).
(Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)