Do Viomundo
[caption id="attachment_63539" align="alignleft" width="300"] O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) foi preso na Operação Pororoca, da Polícia Federal, conforme notaram comentaristas. Ele aparece na frente, à direita de Agripino Maia (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)[/caption]O Brasil ingressou esta tarde em um novo capítulo na História da cara-de-pau, quando líderes da oposição receberam no Congresso representantes dos movimentos que promoveram as manifestações de 15 de março e 12 de abril.
Estavam presentes os presidentes do PSDB, Aécio Neves, do Solidariedade, Paulinho da Força, do PV, Luiz Penna, do PPS, Roberto Freire e o representante do PSB, ex-deputado Beto Albuquerque.
Aécio Neves foi citado pelo doleiro Alberto Yousseff por envolvimento em suposto esquema de desvio de verbas públicas da estatal Furnas. O principal aliado político de Aécio, senador Antonio Anastasia, está no rol dos investigados na Operação Lava Jato.
Paulinho da Força integra a galeria de escândalos da — no caso dele — insuspeita revistaVeja.
Mas a maior cara-de-pau foi exibida pelo presidente do DEM, Agripino Maia, que colocou a mão no queixo para ouvir inflamado discurso denunciando a corrupção de uma integrante do movimento Vem Pra Rua.
Depois, o denunciado pontificou: “Os fatos se impõem. Chegou a hora de colocar o impeachment e a investigação de Dilma para valer na pauta. A oposição está unida”.
Agripino Maia foi acusado de receber R$ 1 milhão em propina num esquema que envolvia a inspeção de veículos em seu estado de origem, o Rio Grande do Norte. A acusação foi feita pelo empresário George Olímpio. O STF abriu investigação sobre Agripino atendendo a pedido da Procuradoria Geral da República.
Antes de se reunir com os líderes da oposição, os integrantes dos movimentos que organizaram protestos apresentaram sua pauta de reivindicações ao Congresso:
"Enfrentamento real da corrupção, através do fim da impunidade;
Aprovar as 10 medidas de combate à corrupção apresentadas pelo Ministério Público Federal. Submeter acordos de leniência de empresas envolvidas na Lava Jato ao Ministério Público Federal. Aumentar a pena dos crimes de corrupção. Indicar servidores públicos de carreira para o Tribunal Superior Eleitoral, o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça, com prazo de mandato estabelecido;
Implementar eleições diretas para escolha dos procuradores gerais. Afastar o ministro José Dias Toffoli do STF e do TSE por não atender ao critério de imparcialidade;
Pedir ao STF e à PGR abertura de investigação por crime comum de Dilma Rousseff e apreciar com transparência pedidos de impeachment apresentados ao Congresso;
Choque de ordem na gestão pública: Abertura dos empréstimos concedidos pelo BNDES e impedir empréstimos do banco ao exterior; Exigir Revalida de todos os médicos estrangeiros atuando no Brasil. Reduzir e otimizar impostos;
Educação: Fim da doutrinação ideológica e partidária nas escolas do país;
Ajustes no processo político-eleitoral: Eleições com registro impressos dos votos, auditáveis por partidos e empresas. Fim do financiamento público de campanha. Mandato único, pondo fim à reeleição."
É uma espécie de programa de governo pós-Dilma ou pós-terceiro turno.