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No encontro promovido pela União Nacional dos Estudantes (UNE), ministro falou sobre participação social, fim do financiamento privado de campanhas e a importância da reforma política para o país
Por Redação
O ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, participou nesta segunda-feira (2) da 9ª Bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE), que vai até a próxima sexta-feira, no Rio de Janeiro. Na ocasião, que contou com a presença de autoridades e líderes de movimentos sociais, Rossetto falou sobre “Reforma política e participação popular: como avançar a democracia brasileira” durante o Seminário de Reforma Política: mudar a política para mudar o Brasil.
Segundo ele, é fundamental que o governo se comprometa em estabelecer um diálogo mais próximo da população, pois a sociedade brasileira “não cabe mais em uma democracia limitada”. Em sua fala, o ministro destacou que o país precisa de uma grande reforma que o transforme em uma instituição mais aberta e transparente.
Miguel Rosseto disse ainda que é necessário mudar a estrutura herdada de um Estado autoritário e machista e de uma república construída com o massacre dos pobres, negros e camponeses, citando como exemplo as revoluções reprimidas de Canudos, da Chibata e do Contestado.
Além disso, colocou o fim do financiamento empresarial nas eleições como uma das prioridades do momento. “O financiamento das campanhas deve ter o povo como agente político central. Precisamos caminhar para uma forma de eleger representantes que possibilitem um maior controle por parte da sociedade brasileira, que aumentem a responsabilidade dos partidos políticos com programas e compromissos definidos em campanha”, afirmou.
De acordo com Rossetto, a reforma política está sendo trabalhada pelo governo da presidenta Dilma Rousseff já para as eleições municipais de 2016 e há um esforço para que as medidas necessárias sejam aprovadas até outubro de 2015. Entre manifestações de apoio e também contrárias ao governo, o ministro ouviu as reivindicações dos grupos estudantis e afirmou que as intervenções fazem parte da democracia e que a “energia da juventude” incentiva a luta pela qualificação da política brasileira.
A presidenta da UNE, Virgínia Barros, destacou o interesse do governo federal em estimular a participação social, pois, segundo ela, não se constrói governança sem diálogo. “É através do diálogo que nós vamos conseguir enriquecer as propostas para um debate tão importante para o aprofundamento da democracia no Brasil como é a reforma política. É assim que nós buscamos interferir nesse debate para que a gente consiga aperfeiçoar a representação política do país”, analisou.
Foto de capa: Yuri Salvador/UNE