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O assunto, que deve ser resolvido nos próximos dias, vem sendo conduzido com muita cautela dentro do PT, PCdoB, demais partidos aliados e da coordenação da pré-candidatura de Tarso Genro. O mais difícil, no momento, parece ser convencer o próprio Olívio
Por Marco Weissheimer, do Sul21
A possibilidade do ex-governador Olívio Dutra (PT) ser candidato ao Senado provocou um pequeno terremoto no cenário eleitoral no Rio Grande do Sul. A confirmação dessa possibilidade representaria uma reviravolta significativa em um quadro que já aparecia acomodado com a candidatura de Lasier Martins (PDT) aparecendo como grande favorita e as desistências de Pedro Simon e Germano Rigotto, pelo PMDB, abrindo espaço para a candidatura de Beto Albuquerque. O PCdoB estaria disposto a abrir mão da candidatura de Emilia Fernandes para o Senado, desde que fosse para Olívio, o que foi comunicado numa recente visita que dirigentes do partido fizeram ao ex-governador. A resistência maior partiria do próprio Olívio que não morre de amores pela ideia, mas estaria disposto a enfrentar a disputa desde que essa escolha não provocasse nenhuma desavença ou disputa interna.
A confirmação do nome de Olívio para o Senado significaria, entre outras coisas, um golpe considerável na candidatura de Beto Albuquerque, pois ocuparia um espaço político mais à esquerda que ele necessita conquistar caso queira vencer a disputa com Lasier Martins. Em relação a esse último, acrescentaria um significativo grau de dificuldade a uma campanha que se apresentava como relativamente tranquila, segundo a avaliação da maioria dos analistas políticos do Estado.
A disputa teria um elemento simbólico muito forte, afinal de contas, o jornalista Lasier Martins foi, durante o governo Olívio, um de seus mais ferrenhos críticos, seja em seus espaços na rádio Gaúcha quanto nos programas Conversas Cruzadas, da TV COM, que alimentava um inesgotável cardápio de pautas negativas contra o governo. Esse ingrediente ficaria ainda mais apimentado considerando a candidatura de Ana Amélia Lemos, outra integrante o chamado PRBS, para o governo do Estado. A disputa majoritária no Rio Grande do Sul formalizaria, do ponto de vista eleitoral, uma disputa que vem sendo travada no Estado há mais de uma década.
Além disso, a presença de Olívio e Tarso numa mesma chapa majoritária teria um significado histórico muito forte, animando a militância do PT e dos partidos aliados do atual governo. Pelo peso que tem, seu nome aumentaria as chances não só na disputa para o Senado, mas representaria também importante reforço para Tarso Genro e Dilma Rousseff.
Seja como for, essa questão deve ser resolvido nos próximos dias. O assunto vem sendo conduzido com muita cautela dentro do PT e da coordenação da pré-candidatura de Tarso. A ordem é evitar qualquer tipo de desentendimento e divisão. Olívio só será candidato se, em primeiro lugar, ele quiser é claro, e se o PCdoB e demais partidos estiverem de acordo com a mudança na chapa para o Senado. Satisfeitas essas duas condições, o Galo Missioneiro vai ajeitar a bigode e se preparar para espraiar sua candidatura pelo Rio Grande, soprando o braseiro da cidadania, como ele costuma dizer.
(Foto: Gabinete Digital)