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Na história da compra da Dilma Bolada, o PSDB, que foi citado como comprador do perfil, simplesmente se dá o direito de não se manifestar sobre o fato. E não é cobrado pela doce mídia a fazê-lo
Por Renato Rovai, em seu blogue. Foto de capa: Instagram/Palácio do Planalto
Ontem de madrugada Jeferson Monteiro, criador e administrador do personagem Dilma Bolada, escreveu um relato em que afirma que foi procurado para vender seu personagem por 500 mil reais. Deu nomes, sobrenomes e detalhes da negociação. Entre os citados, o publicitário mineiro Pedro Guadalupe, que atua para o PSDB nas redes sociais e que teria ligação com o atual governador de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho (PP).
Monteiro apresentou a conversa que ambos tiveram e que segue no pé da matéria. Este blogue, além de ter ouvido Monteiro, conversou com Guadalupe e a agência citada na história, a AMA.
Guadalupe diz o seguinte: “Em 29 de abril de 2014, recebi da empresa denominada AMA, que representa personalidades e canais na internet, a informação de que a Dilma Bolada participava de seu casting e fui indagado se tinha interesse em contratá-la”.
No relato publicado na noite de ontem, Jeferson Monteiro também fala da ação da AMA na sua contratação. “Há algumas semanas uma agência de publicidade (a AMA) entrou em contato comigo para conversar. Eu naturalmente aceitei porque é normal as agências procurarem blogueiros e influenciadores para parcerias, eventos, etc. Então, um dos diretores marcou uma reunião por videconferência e me explicou do que se tratava: a agência que administra diversas páginas aqui no Facebook disse que estava interessada em me convidar para o “casting” deles pois viam em mim um “potencial muito grande”.
Mesmo com o contratante e contratado confirmando a operação, a empresa AMA emitiu uma nota hoje ao final da tarde dizendo que “nunca ofereceu valor nenhum pela página Dilma Bolada, pois não trabalhamos dessa forma”. E que “a AMA não tem nenhum contrato ou oferece serviço para partido político”. Arthur Eickmann, da equipe comercial da AMA, contatado pela Fórum, disse também que “ainda não trabalhamos com a Dilma Bolada e esta parceria ainda não existiu.”
Procurado pelo blogue, Jeferson Monteiro enviou um fac-simile (imagem acima) de uma conversa com Marcio Calheiros, que se apresenta como da AMA no twiter de Jeferson. Se a AMA nunca tratou com Dilma Bolada, poderia ao menos explicar quem é Marcio Calheiros e que cargo ele tem na empresa?
Segundo Jeferson foi Márcio quem fez o contato inicial pela empresa que desembocou nos 500 mil reais que seriam pagos pelo PSDB e cujo interlocutor era Pedro Guadalupe.
Essa história da compra da Dilma Bolada é algo pra lá de alopadrado e o PSDB que foi citado como comprador do perfil simplesmente se dá o direito de não se manifestar sobre o fato. E não é cobrado pela doce mídia a fazê-lo (nós da Fórum procuramos o partido). Será que se por acaso um perfil do tipo Aécio Bolado tivesse sofrido assédio de petistas e recebido uma proposta de 500 mil reais para se vender o caso teria esse mesmo tratamento midiático?
PS: Dica do leitor Carlos. Marcio Calheiros no Linkedin: http://www.linkedin.com/pub/marcio-calheiros/31/743/85a
No Facebook: https://www.facebook.com/marciocalheirossm?fref=ts
E no Twitter: https://twitter.com/marciocalheiros
Em todos esses perfis ele aparece como diretor da AMA.
PS2: No dia 5 de fevereiro o diretor da AMA publicou a seguinte nota sobre a Dilma Bolada em seu Facebook. O que será que ele quer? Qual será a força de um personagem fictício diante de tantas informações que recebemos diariamente na internet? Sair em matéria no O GLOBO, mostra que alguma coisa a mais eles tem.#amamosinternet #internetlimpa. E dá link para essa matéria de O Globo sobre a Dilma Bolada (http://oglobo.globo.com/cultura/megazine/criador-da-dilma-bolada-pode-tirar-personagem-das-redes-sociais-11510352)