MPF desarquiva investigação sobre o Caixa 2 do DEM

Suposto esquema envolveria nomes como os do presidente do DEM, senador José Agripino, e a governadora Rosalba Ciarlini

José Agripino (DEM) nega irregularidades (Foto http://www.flickr.com/photos/democratas/)
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[caption id="attachment_38591" align="alignleft" width="320"] José Agripino (DEM) nega irregularidades (Foto http://www.flickr.com/photos/democratas/)[/caption]

Suposto esquema envolveria nomes como os do presidente do partido, senador José Agripino, e a governadora Rosalba Ciarlini

Por Redação

Reportagem da edição deste fim de semana da revista IstoÉ traz a notícia de que o Ministério Público Federal desarquivou uma investigação que envolve membros da cúpula do DEM em um esquema de caixa 2 no Rio Grande do Norte, estado governado pelo partido. A denúncia já havia sido feita pelo blogueiro Daniel Dantas (confira aqui e aqui), que divulgou escutas telefônicas feitas durante a campanha eleitoral de 2006, com conversas entre Francisco Galbi Saldanha, contador do partido, e nomes como os do presidente do DEM, senador José Agripino, e a governadora Rosalba Ciarlini.

Em uma das gravações, José Agripino pergunta na conversa se uma parcela de R$ 20 mil, dos R$ 60 mil prometidos a um aliado, havia sido repassada. De acordo com o Ministério Público, contas pessoais de assessores da campanha serviam para realizar transferências de recursos não declarados de doadores.

Galbi e Carlos Augusto Rosado, marido da governadora e, à época, candidata ao Senado Federal, conversam em um dos diálogos interceptados sobre como efetivar uma doação recebida. “Esse dinheiro é apenas para passar na conta dele. Quando entrar, aí a gente vê como é que sai para voltar para Rosalba.” Galbi foi grampeado pela Polícia Civil em 2006 por ser suspeito de um crime de homicídio, o que não se comprovou, mas acabou detalhando nas conversas o esquema de caixa 2 de campanha, contando números de contas bancárias e métodos para emitir notas frias e justificar gastos eleitorais. Hoje, ele é secretário-adjunto da Casa Civil do governo. O senador José Agripino não negou à reportagem da IstoÉ que a voz gravada seja dele mas disse que as conversas não provam crime eleitoral. “O único registro de conversas do senador José Agripino refere-se à concessão de doação legal do partido para a campanha de dois deputados estaduais do RN”, sustenta. Já o advogado da governadora, Felipe Cortez, questiona a legalidade das gravações interceptadas. “Os grampos por si só não provam nada. O caixa 2 não existiu. As conversas tratavam de assuntos financeiros, não necessariamente de caixa 2”, argumenta o advogado de Rosalba. Segundo o Ministério Público Federal, recursos do governo estadual eram direcionados para empresas que financiavam as campanhas do DEM, por meio de concessão de incentivos fiscais e sonegação. Confira a matéria na íntegra aqui.