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O presidente nacional da legenda fala sobre as discussões sobre a estrutura, o projeto de socialismo petista e o projeto de país
Por Redação
Foto: Rossana Lana
Na presidência nacional do PT desde 2005, o deputado federal Ricardo Berzoini avalia as propostas apresentadas para mudanças dentro do partido no 3º Congresso, de 31 de agosto a 2 de setembro.
Em entrevista à página do PT, Berzoini sustenta que todas as correntes apostam na manutenção da "estrutura democrática inédita" do partido, embora busquem mais transparência e melhor funcionamento.
Eleito no Processo de Eleições Diretas (PED) como representante do antigo Campo Majoritário, Berzoini se tornou candidato na ocasião no lugar de Tarso Genro, que abandonou a chapa diante da insistência do já então deputado federal José Dirceu – cujo processo de cassação tramitava na Câmara.
No Congresso, as eleições para definir a direção das várias instâncias partidárias, inclusive presidentes, deve ser antecipado. Especula-se que Luiz Dulci poderia ser um nome indicado pelo grupo político que detém a maioria dos delegados, mas ele nega, alegando que apoia a reeleição de Berzoini. O atual presidente do PT não se posicionou oficialmente se será ou não candidato a reeleição.
Confira os principais trechos da entrevista separados por temas.
Estrutura democrática O PT tem uma estrutura democrática inédita na política brasileira. Das mudanças propostas, nenhuma altera essa trajetória. Buscamos maior transparência, melhor funcionamento da formação política, das finanças do partido, dos setoriais e da comissão de ética, entre outras. Além disso, o debate sobre o calendário eleitoral do partido e a duração dos mandatos definirá nossa forma de funcionamento no próximo período.
Além das eleições É sempre bom lembrar que o PT não pode fundar suas políticas apenas nas eleições. Nossa presença no movimento sindical e nas lutas populares em geral é da maior relevância e precisa ser destacada como eixo estratégico.
Prefeituras As eleições de 2008 e 2010 são parte da necessária disputa sobre os rumos da política brasileira. Em 2008, as eleições municipais colocarão em jogo o crescimento das forças democráticas e populares. O PT e seus aliados tradicionais têm boas chances nos maiores municípios e podem crescer muito nos pequenos e médios.
Perfil do país
As eleições de 2010, estaduais e a nacional, serão decisivas para definir o perfil do país no século XXI. A continuidade das mudanças lideradas pelo presidente Lula devem pautar essa eleição nacional. O PT deve preparar nomes para apresentar à eleição presidencial, mas sempre mantendo o diálogo com os partidos da coalizão. O objetivo central é fortalecer o PT e o projeto democrático popular.
"Socialismo Petista” O desafio de um partido socialista que governa num regime capitalista é difundir os valores do socialismo democrático, procurando construir na prática referências de como pode ser um projeto de nação, na qual os interesses populares e nacionais estejam acima e à frente da mera acumulação. Construir essa síntese é uma tarefa que não se esgota em um congresso ou num curto período, mas um desafio de gerações de militantes.
Projeto de país
O governo Lula é um projeto político e administrativo de sucesso, que enfrenta seus erros e contradições. O Brasil que queremos é decorrência desse rumo e da perspectiva de democratização do Estado, da maior eficiência da gestão econômica, dos investimentos sociais e em infra-estrutura, além das questões de segmentos sociais e ambientais. Em menos de cinco anos, alteramos os rumos do país, mesmo enfrentando crises e dificuldades políticas. O povo compreendeu isso, e manifesta seu apoio nas eleições e nas pesquisas de opinião. Cabe ao PT aprofundar essa construção política e apontar o projeto que possa representar esse anseio popular de democratização dos direitos sociais, da renda, da riqueza e das oportunidades.