Escrito en
POLÍTICA
el
O conteúdo da caixa-preta do Airbus A320 da TAM perdeu o caráter sigiloso previsto até ontem
Por Redação
Os deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo decidiram abrir as portas da sessão de análise do conteúdo da caixa-preta do Airbus A320 da TAM que se chocou com um terminal de carga no aeroporto de Congonhas. Até ontem, os parlamentares articulavam a divulgação do conteúdo de áudio, mantendo os dados técnicos do computador de bordo para posterior análise.
O brigadeiro Jorge Kersul Filho, chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), avalia, segundo a Agência Brasil, que a caixa-preta isoladamente não permite conclusões definitivas, e pode levar até a respostas erradas. "Os dados precisam ser analisados e somados a mais informações para chegarmos às conclusões", disse. A previsão dele é de 10 meses para o fim das investigações.
Jornada dobrada A presidente do Sindicato dos Aeronautas (formado por comissários e pilotos), Graziella Baggio, declarou ter recebido denúncias de que a TAM chegou a extrapolar em até seis horas a jornada de trabalho de algumas tripulações de aeronaves. Isso representa o dobro do tempo normal.
“Isso é extremamente preocupante, porque a regulamentação é exatamente o que garante a segurança de vôo. Nós temos inúmeras denúncias em relação à empresa [TAM], já encaminhadas ao Ministério Público do Trabalho. Tentamos com a empresa a regularização de várias situações, mas não foram colocadas em prática. Agora cabe a nós aguardar que a Justiça trabalhista tome as iniciativas necessárias”, disse.
O presidente do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre, Celso Klafke, denuncia que a empresa dá apenas 15 minutos para fazer a inspeção em quase 100 itens das aeronaves, quando elas pousam. O tempo necessário para análise seria de duas a três vezes superior.
(Com informações da Agência Brasil)