A 7ª Pesquisa Fórum voltou a questionar a população sobre a contaminação pelo novo coronavírus e apontou uma subnotificação dos casos provocados pela pandemia ainda maior do que vinha sido medido nos levantamentos anteriores.
Dessa vez, 15,4% afirmaram que foram diagnosticados com Coronavírus ou ficaram de quarentena tendo ou não feito o teste. Isso é quase o dobro do que mostrava a pesquisa anterior, de novembro: 8,7%. 81,7%, por sua vez, disseram não à esse questionamento. Os outros 2,9% não responderam.
O percentual de quarentenados é mais alto nas regiões Nordeste (23,5%), Centro-Oeste (21,3%) e Norte (20,4%). Sul e Sudeste tem percentuais próximos, mas também mais altos que a média anterior: 11,5% e 11,7%, respectivamente.
Também aumentou o percentual de pessoas que afirmaram conhecer alguém próximo (parente ou amigo) que já foi diagnosticado com a Covid-19. Foi de 71,7% em outubro para 76,4%.
No Norte e no Centro-Oeste o índice de percepção da doença é ainda maior, ultrapassando os 80%. Entre os nortistas, o percentual chega a 85,7%. No Nordeste fica em 79,6%, no Sudeste, 77,0%. O Sul é quem tem menor índice nesse quesito: 65,4%.
Os números confirmam a alta subnotificação no país. Segundo os dados oficiais do Ministério da Saúde, há 5,59 milhões de casos confirmados no Brasil, o que daria cerca de 2,66% da população, um percentual quase 6 vezes menor que os dados da pesquisa.
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, apontam que, até setembro, o Brasil realizou cerca de 21,9 milhões de testes, o equivalente a 10,4% da população do país. Destas, 21,9% testaram positivo. O mesmo levantamento apontou que 9,2 milhões - 4,4% da população - relataram ter algum sintoma de síndrome gripal. Esse número é menor que o de agosto, que apontava 12,1 milhões com sintomas.
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Pesquisa inova com metodologia
A 7ª Pesquisa Fórum foi realizada entre os dias 4 e 9 de novembro, em parceria com a Offerwise, e ouviu 1000 pessoas de todas as regiões do país. A margem de erro é de 3,2 pontos porcentuais, para cima ou para baixo. O método utilizado é o de painel online e a coleta de informações respeita o percentual da população brasileira nas diferentes faixas e segmentos.
O consultor técnico da Pesquisa Fórum, Wilson Molinari, explica que os painelistas são pessoas recrutadas para responderem pesquisas de forma online. A empresa que realiza a pesquisa, a Offerwise, conta com aproximadamente 1.200.000 potenciais respondentes no Brasil. “A grande vantagem é que o respondente já foi recrutado e aceitou participar e ser remunerado pelas respostas nos estudos que tenha interesse e/ou perfil para participar. No caso da Pesquisa Fórum, por ser de opinião, não existe perfil de consumidor restrito, como, por exemplo, ter conta em determinado banco, ou possuir o celular da marca X. O mais importante é manter a representatividade da população brasileira, tais como, gênero, idade, escolaridade, região, renda, etc.”
Molinari registra que pesquisas feitas em ruas ou nos domicílios costumam ter margem de erro menor. “Porém sabemos que 90% da população brasileira possui acesso à telefonia celular e, especificamente na situação de quarentena que estamos vivendo, o método online é mais seguro do que o pessoal e sempre é menos invasivo que o telefônico.”
Pouco usado para pesquisas de opinião no Brasil, os painéis online são adotados como método de pesquisa no mundo todo, segundo Molinari. E regulamentados pelas principais associações de pesquisa. “Os painéis hoje são amplamente utilizados para pesquisas de satisfação, imagem de marca, qualidade de produtos e serviços, opinião, entre outras”, acrescenta.