O aumento nos preços dos alimentos, simbolizado pela disparada no valor pago pelo arroz, tem relação com erros do governo Bolsonaro. Essa é a opinião de 48,6% dos brasileiros, como mostra a 6ª edição da Pesquisa Fórum, realizada entre os dias 30 de setembro e 4 de outubro.
Entre os entrevistados, 41,9% não relacionam essas altas com atitudes do governo federal e 9,6% não souberam responder ou não quiseram fazê-lo.
As mulheres são mais incisivas nessa opinião: 54,7% culpam a condução da economia pela equipe do capitão reformado pelo aumento que sentiram na hora de comprar alimentos. Mais condescendentes, 50,6% dos homens disseram que o governo não tem responsabilidade sobre a carestia. No entanto, 41,7% deles veem culpa de Bolsonaro nesses reajustes.
Por faixa etária, 59,3% dos entrevistados de 16 a 24 anos relacionam práticas do atual titular do Planalto ao aumento dos alimentos. É a mesma opinião de 50,4% dos que têm de 25 a 34 anos e de 51,4% daqueles que estão na faixa entre 35 e 44 anos. Por outro lado, entre os mais velhos, com 60 anos ou mais, 59,6% não veem ligação entre atitudes do governo e a variação dos preços da comida.
Nas três faixas de escolaridade pesquisadas, os que atribuem responsabilidade ao governo pelos aumentos são maioria: 45,1% dos que estudaram até o ensino fundamental, 50,8% dos que têm ensino médio e 49,1% daqueles que têm ensino superior.
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Perspectiva para a economia
De 1 a 10, que nota você dá para a atual situação da economia brasileira? Como resposta a essa pergunta, 52,6% dos brasileiros deram conceitos até 5. São 40,3% os que falaram notas de 6 a 10 e 7% os que não sabem ou não querem responder.
Os entrevistados se dividiram na perspectiva sobre a economia do país: 37,8% acham que ela vai melhorar, e 37,6%, piorar. Para 19,6%, ela vai ficar igual e 4,9% não souberam ou não quiseram responder.
Os homens são mais otimistas do que as mulheres: 50% deles estimam melhoras na economia, enquanto que 45,3% delas pensam que vai piorar e 21,6% que vai ficar igual.
Os mais novos também são os mais pessimistas: 47,1% dos entrevistados com idades entre 16 a 24 anos e 43,2% entre 25 e 34 anos acham que a economia vai piorar. Os mais velhos, por sua vez, estão mais otimistas: avaliam que a situação econômica vai melhorar 41,2% daqueles que têm entre 45 e 59 anos e 51,5% dos com 60 anos ou mais.
Por escolaridade, esperam melhorias 39,5% dos entrevistados com ensino fundamental e 43,3% dos com ensino superior e acham que a situação vai piorar 41,2% daqueles que têm ensino médio.
A visão no corte por renda fica mais dividida. Uma proporção maior de entrevistados avaliou que a situação vai melhorar nas faixas de rendimento de 2 a 3 salários mínimos (37,4%), de 3 a 5 mínimos (44,8%), de 5 a 10 (52,2%) e de 20 a 50 pisos nacionais. As respostas pessimistas foram a maioria entre aqueles que ganham de até 2 mínimos (43,2%) e para os que recebem de 10 a 20 salários mínimos (44%).
Por fim, entre as regiões brasileiras, foi no Sul (46,6%) e no Norte (46,3%) que mais pesquisados estão confiantes em uma recuperação econômica. Já no Nordeste (42,3%) e no Sudeste (40,4%), o maior índice de respostas foi de que o pior ainda está por vir. No Centro-Oeste, apesar de a maioria (35,5%) achar que vai melhorar, está a maior proporção dos que entendem que a situação vai ficar igual: 28,9%.
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Pesquisa inova com metodologia
A 6ª Pesquisa Fórum foi realizada entre os dias 30 de setembro e 5 de outubro, em parceria com a Offerwise, e ouviu 1000 pessoas de todas as regiões do país. A margem de erro é de 3,2 pontos porcentuais, para cima ou para baixo. O método utilizado é o de painel online e a coleta de informações respeita o percentual da população brasileira nas diferentes faixas e segmentos.
O consultor técnico da Pesquisa Fórum, Wilson Molinari, explica que os painelistas são pessoas recrutadas para responderem pesquisas de forma online. A empresa que realiza a pesquisa, a Offerwise, conta com aproximadamente 1.200.000 potenciais respondentes no Brasil. “A grande vantagem é que o respondente já foi recrutado e aceitou participar e ser remunerado pelas respostas nos estudos que tenha interesse e/ou perfil para participar. No caso da Pesquisa Fórum, por ser de opinião, não existe perfil de consumidor restrito, como, por exemplo, ter conta em determinado banco, ou possuir o celular da marca X. O mais importante é manter a representatividade da população brasileira, tais como, gênero, idade, escolaridade, região, renda, etc.”
Molinari registra que pesquisas feitas em ruas ou nos domicílios costumam ter margem de erro menor. “Porém sabemos que 90% da população brasileira possui acesso à telefonia celular e, especificamente na situação de quarentena que estamos vivendo, o método online é mais seguro do que o pessoal e sempre é menos invasivo que o telefônico”, sustenta.
Pouco usado para pesquisas de opinião no Brasil, os painéis online são adotados como método de pesquisa no mundo todo, segundo Molinari. E regulamentados pelas principais associações de pesquisa. “Os painéis hoje são amplamente utilizados para pesquisas de satisfação, imagem de marca, qualidade de produtos e serviços, opinião, etc”, acrescenta.