Jair Bolsonaro fugirá, como Zambelli, e Justiça deve agir agora
Ex-presidente já tentou se esconder na embaixada da Hungria e dá todos os sinais de que fará o mesmo. A PGR e o STF têm a obrigação de evitar outra “comida de bola”
Está mais do que evidente que Jair Bolsonaro (PL) fugirá do Brasil, assim como fez a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), uma das figuras mais violentas de seu grupo ideológico ultrarreacionário e que recebeu recentemente uma pena de 10 anos de prisão por ter invadido o sistema do Conselho Nacional de Justiça. A extremista ficou livre, leve e solta após a sentença e então pôde ir para a Argentina e de lá voar para os EUA, de onde dá entrevistas ridicularizando o Brasil e suas autoridades e jurando que se instalará na Itália, onde afirma ser “intocável”.
Por uma questão de ordem pública, de zelo e de vergonha na cara, a Procuradoria-Geral da República e o Supremo Tribunal Federal precisam fazer algo já em relação ao ex-presidente, sob pena de encarnarem a moral da história daquela velha piada de português que diz que um cidadão luso olha à distância uma casca de banana na calçada e exclama “lá vou eu escorregar de novo”. Sim, o ocorrido no caso de Zambelli é a prova de que esse procedimento, de se evadir para o exterior e de lá ficar infernizando e incendiando o país, é algo padrão entre os bolsonaristas. Tanto a PGR quanto o STF já sabem e só vão “escorregar na casa de banana” previsível e óbvia se quiserem.
Bolsonaro, no carnaval de 2024, saiu de mala e cuia, e até com um travesseiro debaixo do braço, diretamente para a embaixada da Hungria em Brasília, pernoitando na representação diplomática por um par de noites. À época, o líder da extrema direita brasileira estava na absoluta iminência de ter sua prisão preventiva decretada no âmbito do inquérito da PF que investigava a tentativa de golpe de Estado que transcorreu entre o final de 2022 e o começo de 2023.
Como ex-presidente e dado às ideias mirabolantes e cinematográficas de seu entorno predominantemente militar, ele é até hoje assessorado por militares, gente ligada aos órgãos de inteligência, ricaços nutridos de estrutura e todo tipo de pilantra que se identifica com sua visão torpe e grotesca de mundo. Para quem já se escondeu uma vez por medo, mesmo tendo sido alarme falso, e sobretudo para quem goza de uma gigantesca capacidade econômica e de logística, as frases “eu não aguentaria a cadeia” e “eu morreria na cadeia”, ditas por ele (e também repetidas por Zambelli), são a senha de que sua fuga é certa e só aguarda o melhor momento para acontecer.
Num país que teve sua história forjada por golpes de Estado e que jamais viu poderosos efetivamente irem para a cadeia, exceto no rocambolesco e farsesco episódio de lawfare praticado contra Lula (PT), que foi processado, julgado, condenado e preso a toque de caixa para satisfazer os setores mais reacionários da sociedade e do baronato econômico, manter preso o último dos golpistas, que atende pelo nome de Jair Messias Bolsonaro, é uma questão de honra e um dever moral.
É preciso saber, agora, se a Procuradoria-Geral da República e o Supremo Tribunal Federal continuarão nessa empreitada molenga, permitindo que o homem que incorpora o grande mau do Brasil atualmente, como toda a sua extensa lista de crimes e poder de manipulação social, fuja do país como fez sua aliada criminosa.