Em texto anterior, abordamos o roteiro de Beleza Fatal (Raphael Montes e o elenco da primeira novela da Max, que simplesmente entregaram tudo. Após uma trajetória de sucesso e a entrada no top 10 mundial da plataforma de streaming, o folhetim chegou ao fim nesta sexta-feira (21) com um desfecho magistral.
Mas por que Beleza Fatal se tornou um fenômeno de audiência e crítica? Por um simples motivo: entregou um novelão de qualidade, com um desfecho que o público almejava, sem perder a criatividade e a originalidade.
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A história de Lola (Camila Pitanga) e Sofia (Camila Queiroz) entra para os anais do antagonismo e protagonismo como há muito tempo não víamos em novelas: reviravoltas, vingança, comédia e muita tragédia. Um clássico.
Além disso, Beleza Fatal também se tornou um fenômeno pelo fato de que o autor, Raphael Montes, conseguiu unir em seu texto camadas de Nelson Rodrigues e Fiódor Dostoiévski, dois autores que se notabilizaram por mergulhar nas elites e desnudar suas perversidades e podridões. Beleza Fatal reúne tudo isso e mais um pouco, somando-se a uma direção impecável de Maria de Médicis e um elenco que entregou atuações memoráveis.
Outro ponto crucial que Beleza Fatal trouxe à tela: ser criativo e original não significa, necessariamente — ainda mais quando se trata de novela —, apresentar um desenvolvimento ou desfecho surpreendente, mas sim entregar aquilo que o público espera, sem ser óbvio ou datado. Essa missão não é fácil, e Beleza Fatal, em seu conjunto (direção, roteiro e elenco), conseguiu realizá-la com excelência.
Por fim, não é à toa que o capítulo final, exibido separadamente do bloco final de episódios, gerou comoção dentro e fora das redes. Os noveleiros de plantão querem o "esperado", mas esperam que isso seja entregue com qualidade, criatividade e originalidade. E Beleza Fatal cumpriu essa missão.
Beleza Fatal entrou para o hall das novelas que serão comentadas por muito tempo — décadas — e a vilã Lola, brilhantemente interpretada por Camila Pitanga, já se hospeda no panteão das grandes antagonistas da teledramaturgia brasileira, ao lado de Odete Roitman (Vale Tudo), Nazaré Tedesco (Senhora do Destino) e Carminha (Avenida Brasil).