O empresário da fé Silas Malafaia, conhecido por seu apoio ao governo Bolsonaro, postou um vídeo esta semana totalmente desesperado e exasperado por conta da política de imigração e possível deportação de milhares de brasileiros por parte do governo Trump. Malafaia resgata versículos bíblicos sobre o “cuidado com os estrangeiros” e tantos outros com um único objetivo: pedir ao presidente dos EUA que “pegue leve” com os brasileiros “trabalhadores”. Com o mesmo discurso carregado de vira-latismo, chama os Estados Unidos de “América” e tenta resgatar a formação protestante do país norte-americano para basear sua crítica.
Recentemente Malafaia criticou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) por suas declarações sobre brasileiros em situação ilegal nos Estados Unidos. Eduardo afirmou que esses imigrantes são "uma vergonha" para o país, justificando a falta de reciprocidade dos EUA na isenção de vistos para turistas brasileiros. Malafaia rebateu, afirmando que a maioria desses imigrantes são trabalhadores que buscam melhores condições de vida, fugindo do desemprego no Brasil. Ele sugeriu que Eduardo "ajudaria muito mais ao governo do seu pai parando de falar asneira" e que "poderia ter ficado de boca fechada na questão dos imigrantes ilegais brasileiros".
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Essa divergência expõe uma contradição na postura de Malafaia em relação às políticas de imigração. Em 2017, o pastor defendeu a posse de Donald Trump, criticando a mídia por sua postura "esquerdopata" e apoiando as políticas conservadoras do então presidente americano, incluindo suas medidas restritivas contra imigrantes. Antes ainda, em 2015, Malafaia foi um dos mais ardorosos críticos dos refugiados sírios que chegavam ao Brasil, vociferando em todo tempo contra uma “ameaça islâmica” chegando ao país.
Essa mudança de postura levanta questionamentos sobre a coerência de Malafaia em relação às políticas de imigração e seu alinhamento político. Enquanto anteriormente apoiava medidas restritivas, agora defende brasileiros que buscam melhores oportunidades no exterior, mesmo que de forma ilegal. Essa incoerência pode ser vista como uma tentativa de alinhar-se às narrativas que mais lhe convêm em diferentes contextos, colocando em xeque a consistência de suas posições políticas e ideológicas.
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Principalmente por um motivo que muitos têm apontado: a perda de dízimos em dólar, já que os imigrantes brasileiros ilegais nos EUA estão com medo de ir às igrejas, pelo risco de serem presos. E isto é um golpe fatal para Malafaia, que tem estendido suas garras religiosas para a terra de Trump e vê seu império mais uma vez ameaçado. Nada de novo na história. Malafaia só pensa em dinheiro, e “pensar em dólar” é algo que se torna cada vez mais difícil.
Mamom sofre um revés e seus profetas estão sofrendo.
*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.