Este texto é, antes de tudo, um lamento. Discussões à parte se houve falha ou não do governo federal em toda essa questão do PIX, uma coisa me chamou a atenção como evangélico e pastor: os 3 principais vídeos que circularam (pelo menos que passaram pelas minhas redes) espalhando mentiras para o povo brasileiro, com o único intento de causar um terrorismo social e político tinham algo em comum: seus protagonistas são “reconhecidamente” evangélicos: Nikolas Ferreira, Flávio Bolsonaro e R.R.Soares.
Não dá para imaginar qualquer resquício de ignorância (no sentido de desconhecimento) ou inocência no caso desses três personagens, ou seja, só nos resta a certeza de que mentiram descaradamente, ou usaram de informações desconexas e confusas com a intenção de confundir os mais pobres. São, portanto, indesculpáveis. Não há uma “presunção de inocência” neste caso. Os três sabiam muito bem o que estavam fazendo: dois para causarem terror e um para lucrar absurdamente pedindo ofertas maiores “já que agora seriam taxados”. E o mais estranho (e infelizmente, não surpreendente): o imenso silêncio da maioria dos pastores que, tivessem o mínimo de vergonha na cara, pregariam a verdade em suas igrejas.
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Não me espanta, infelizmente, o descaso e a desfaçatez desses indivíduos. Todos sabemos de que laia são, ou usando uma linguagem bíblica, “a que espírito pertencem”. Mas ainda me causa furor a ostentação do nome de Deus em suas plataformas e fazeres políticos quando o fazem de forma leviana, perversa, criminosa e mentirosa, tornando-se filhos do diabo (diabo significa literalmente “aquele que divide, separa, causa confusão”) e enganando, de forma intencional, milhões de pessoas.
Não sei se consigo, hoje, acreditar que parte da igreja evangélica no Brasil tenha “salvação”. Pelo menos um terço dos que vejo estão irremediavelmente entregues ao discurso do ódio, da separação, e pré-dispostos a embarcarem em mentiras deslavadas como essas contadas pelos “irmãos” Nikolas, Flávio e o “missionário”. A mentira parece estar vencendo, “em nome de Jesus”. A fé que deveria nos mover na direção da verdade e da justiça social é um arremedo que serve aos poderosos, exclui e marginaliza os mais pobres e vulneráveis e tenta impedir um governo de executar políticas públicas de apoio aos mais pobres. Um quadro lamentável.
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Mas como um suspiro de esperança junto a minha voz à do poeta:
“não posso, não devo, não quero
viver como toda essa gente insiste em viver
E não posso aceitar sossegado
qualquer sacanagem ser coisa normal”
Continuo na luta para que a fé simples e necessária de Jesus Cristo, o pobre de Nazaré, prevaleça sobre os semeadores de discórdia e mentira, e que os dias deles ainda experimentarão a colheita de toda mentira, ódio e maldade que espalharam, espalham e ainda espalharão (por pouco tempo). Hei de ver esse dia, onde a justiça fluirá como um rio, como nos sonhos do profeta bíblico e toda essa gente experimentará o peso da verdade, e a liberdade chegará ao povo brasileiro.
Cristãos conscientes de todo Brasil, uni-vos!
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.