O discurso que fez na abertura da 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (24), posicionou Lula como porta-voz dos países pobres e emergentes. O presidente brasileiro fez por merecer os aplausos do plenário das Nações Unidas.
A começar pela saudação à delegação Palestina que, pela primeira vez, participou da sessão de abertura da Assembleia Geral. Em seguida, condenou a postura do governo de extrema direita de Israel: “O direito de defesa transformou-se no direito de vingança, que impede um acordo para a liberação de reféns e adia o cessar-fogo”, disse. O conflito, em sua opinião, se expande perigosamente para o Líbano.
Enfatizou a necessidade de soluções negociadas nas várias guerras em curso no mundo, que assiste, segundo ele, a uma das “maiores crises humanitárias da história recente”.
Lula, que não é negacionista, apontou com clareza os problemas do mundo atual, que também afetam o Brasil. Deu muita ênfase ao colapso climático e reiterou os compromissos do seu governo no combate aos crimes ambientais, reconhecendo insuficiências.
Criticou as grandes potências e pediu o fim do embargo econômico e financeiro imposto a Cuba pelos Estados Unidos.
Também cobrou controle social e democrático das big techs, que não podem estar acima das leis nacionais.
Defendeu, ainda, a necessidade de uma reforma no organismo internacional e destacou que nunca uma mulher ocupou o principal cargo de comando da ONU.
Uma fala muito boa, que tem que se traduzir em políticas públicas continuadas para os mais vulneráveis e em defesa dos nossos biomas ameaçados pelo “agrotrogloditismo” e pelo garimpo ilegal.
É preciso, mais que nunca, “pensar globalmente, agir localmente”.
**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.