A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados foi o destaque do Prêmio Congresso em Foco, a principal premiação política anual do Brasil.
Os escolhidos são eleitos por júri popular, ou pelos jornalistas que cobrem o Congresso Nacional.
Na divulgação dos resultados, no dia 29 de agosto, os parlamentares do PSOL estiveram entre os destaques do país. Os 13 deputados (as) apareceram entre os 25 melhores do Brasil.
Tive a honra de constar entre os três mais bem escolhidos pelos jornalistas. Estou muito bem acompanhado pelas colegas Erika Hilton (PSOL-SP) e Sâmia Bonfim (PSOL-SP).
Costumo dizer que o PSOL é um partido pequeno – ainda! – mas com vocação de grandeza. Nossos parlamentares fiscalizam os atos do Poder Executivo, estão na linha de frente do enfrentamento à extrema direita bolsonarista, têm zelo pelo uso do dinheiro público, cobram transparência dos atos do presidente da Câmara, defendem os interesses populares e a democracia.
Um dos deputados mais aguerridos é o meu companheiro de bancada carioca, Glauber Braga (PSOL-RJ). Ele não se intimida diante das ameaças dos poderosos e enfrenta cara a cara os representantes do atraso.
Pois bem. Esta semana, o Conselho de Ética da Câmara, do qual faço parte, aprovou, por 10 votos contra 2, a admissibilidade do processo de cassação do Glauber.
O argumento usado contra ele é que teria "quebrado o decoro parlamentar" (!?!) ao reagir a um pseudojornalista que veio, dentro da Câmara, afrontá-lo, provocando-o, inclusive com ilações à sua mãe, gravemente enferma à época (Saudade Braga, ex-prefeita de Friburgo), que veio a falecer em seguida.
Acreditem: com exceção do caso Chiquinho Brazão, nenhum outro deputado teve aprovada a admissibilidade de investigação nesta legislatura. Como bem lembrou a colega Sâmia Bonfim no Coética, mesmo o caso escabroso do deputado Da Cunha (PP-SP), que espancou a mulher – há vídeo da cena – foi arquivado e o deputado sofreu apenas uma censura verbal.
Na verdade, o pano de fundo dessa medida esconde uma perseguição velada do presidente da Câmara, Arthur Lira, com quem Glauber já travou, em plenário, acaloradas discussões.
Não aceitaremos perseguição ao nosso companheiro. Glauber fica!
**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.