Sem surpresas, Lula indicou, na quarta-feira (28/08), Gabriel Galípolo para substituir Roberto Campos Neto na presidência do Banco Central.
Diferentemente do atual presidente, Galípolo possui um histórico crítico às políticas neoliberais, que denota preocupação com a financeirização e com a “escassez na abundância capitalista” (título de livro que escreveu com L.G. Belluzzo, em 2019).
O mercado financeiro, em defesa da fantasiosa "autonomia" do BC, adorador de uma política monetária restritiva, desconfia do alinhamento político de Galípolo e já cobra a manutenção da linha adotada nos últimos anos.
É importante, agora, que o futuro presidente do BC se fortaleça institucionalmente - e com a sociedade - e não se limite a ouvir somente um grupo restrito de grandes rentistas, ampliando a construção e a divulgação de indicadores econômicos mais variados, diversificando as vozes que o Copom escuta. Assim, pode ser possível guiar a política monetária na direção do crescimento econômico, com retomada dos investimentos produtivos e geração de empregos de qualidade.
Acreditamos que se opor ao terrorismo fiscal praticado pelo mercado e pela mídia, que encontra eco não só na gestão do BC, mas também no Ministério da Fazenda, é a única saída para a promoção de um desenvolvimento sustentável e redistributivo no país.
**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da revista Fórum.