OPINIÃO

No BC, sai Roberto Campos (Mas só em 2025...) – Por Chico Alencar

O mercado financeiro, adorador de uma política monetária restritiva, desconfia do alinhamento político de Galípolo e já cobra manutenção da linha adotada nos últimos anos

Créditos: Agência Senado
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Sem surpresas, Lula indicou, na quarta-feira (28/08), Gabriel Galípolo para substituir Roberto Campos Neto na presidência do Banco Central.

Diferentemente do atual presidente, Galípolo possui um histórico crítico às políticas neoliberais, que denota preocupação com a financeirização e com a “escassez na abundância capitalista” (título de livro que escreveu com L.G. Belluzzo, em 2019).

O mercado financeiro, em defesa da fantasiosa "autonomia" do BC, adorador de uma política monetária restritiva, desconfia do alinhamento político de Galípolo e já cobra a manutenção da linha adotada nos últimos anos.

É importante, agora, que o futuro presidente do BC se fortaleça institucionalmente - e com a sociedade - e não se limite a ouvir somente um grupo restrito de grandes rentistas, ampliando a construção e a divulgação de indicadores econômicos mais variados, diversificando as vozes que o Copom escuta. Assim, pode ser possível guiar a política monetária na direção do crescimento econômico, com retomada dos investimentos produtivos e geração de empregos de qualidade.

Acreditamos que se opor ao terrorismo fiscal praticado pelo mercado e pela mídia, que encontra eco não só na gestão do BC, mas também no Ministério da Fazenda, é a única saída para a promoção de um desenvolvimento sustentável e redistributivo no país.

**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da revista Fórum.