Este sábado (15) é definido como o Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa. Para algumas pessoas esse título pode ser estranho, mas ainda há falta de consciência da violência praticada contra o idoso.
Para se ter uma ideia, somente entre janeiro e maio deste ano, o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC) registrou 74.239 denúncias de violências contra essa população. Um aumento de 38% em relação ao mesmo período de 2023. Mas calcula-se que o problema é muito maior e que apenas uma pequena parte é denunciada.
São quase 500 denúncias diárias. Mas a real ocorrência de violência para pessoas com mais de 60 anos pode ser até quatro vezes maior. E 60% das vítimas são mulheres, com o agressor sendo alguém da família, principalmente algum filho.
Diante desse quadro, a conscientização é fundamental, especialmente por se tratar de pessoas que geralmente estão fragilizadas por problemas comuns à idade e suscetíveis a todo tipo de violência. E, sim, a agressão física é apenas uma delas.
A mais comum das violências contra a pessoa idosa é a negligência, quando os responsáveis deixam de oferecer cuidados básicos, como higiene, saúde, medicamentos, proteção contra frio ou calor. O abandono vem em seguida quando há ausência ou omissão dos familiares ou responsáveis, governamentais ou institucionais, de prestarem socorro a um idoso que precisa de proteção.
A violência física aparece quando é usada a força para obrigar os idosos a fazerem o que não desejam, ferindo, provocando dor, incapacidade ou até a morte.
Já a psicológica ou emocional é a mais sutil das violências. Inclui comportamentos que prejudicam a autoestima ou o bem-estar do idoso, entre eles xingamentos, sustos, constrangimento, destruição de propriedade ou impedimento de que vejam amigos e familiares.
E, por último, mas não menos terrível, há a violência financeira ou material, que é a exploração imprópria ou ilegal dos idosos ou o uso não consentido de seus recursos financeiros e patrimoniais.
Somente quando a sociedade estiver consciente que essas formas de ações são violentas e afetam seriamente o idoso é que teremos mudanças de comportamentos e a real estatística da situação dessa população que hoje sofre muitas vezes em silêncio.
E o Sindnapi atua para mudar esse quadro e extirpar a violência contra o idoso, oferecendo orientação jurídica e atividades que trazem de volta o bem-estar e a autoestima da pessoa idosa.
Tanto que nesta sexta-feira (14) participo da I Conferência Sobre Pessoa Idosa Trabalhadora: Envelhecer Saudável e Trabalhar com Dignidade no painel Trabalho Digno, juntamente com Ana Amélia Camarano, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), e Maria Aparecida Gugel, subprocuradora-geral do Ministério Público do Trabalho (MPT), para falar sobre a luta nossa contra o etarismo, uma forma de violência que muitas vezes não é tão clara, principalmente em ambiente do trabalho.
Se você sofre violência ou presenciar algum ato contra idoso procure o Sindnapi (11) 3293-7500, ou em uma de nossas subsedes nos estados (www.sindicatodosaposentados.org.br). Ou ainda pelo Disque 100, um serviço de utilidade pública do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
*Milton Cavalo é presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos – Sindnapi.
**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.