OPINIAO

Sempre no lombo do trabalhador - por João Vicente Goulart

Essa frase sempre causa um drama neste Brasil explorado, de trabalho não valorizado, de subempregos, de golpes ditatoriais ou impeachments falaciosos, sempre quando se fala em avanços sociais.

13º salário assinado pelo Presidente João Goulart.Joao Goulart assinando documento do 13º salárioCréditos: (Instituto João Goulart)
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Essa frase sempre causa um drama neste Brasil explorado, de trabalho não valorizado, de subempregos, de golpes ditatoriais ou impeachments falaciosos. Sempre quando se fala em avanços sociais.

Ouvi esta frase do companheiro Cabeça, Josinaldo José Barros, atual presidente do Sindicato de Metalúrgicos de Guarulhos, na inauguração do auditório Presidente João Goulart, na sede daquele espaço de lutas.

A simplicidade da frase nos mostra um profundo sentimento de luta, não uma resignação. Mas mais do que isso: ela nos traz a necessidade de rever a cada dia, como esta política fantasiosa, neoliberal, opressora dos direitos legítimos dos trabalhadores,  mergulha na luta histórica de conquistas de direitos trabalhistas, muito sofridas, e sempre obstaculizadas, pelas oligarquias brasileiras que querem tirar da cartola os seus lucros empresariais em cima do suor, da fatiga, da extenuação da força de trabalho.

Não bastasse um salário-mínimo de fome, ainda querem prolongar o sofrimento dos assalariados, que com a perda de direitos estão submetidos a financeirização de suas vidas, nas mãos de um Banco Central que dita juros astronômicos, e aprisiona cada vez mais, a existência dos assalariados, que trabalham horas e horas, sem ter o direito de capacitar-se para um futuro, cada vez mais hermético e virtual.

É nesta realidade, que hoje o Brasil debate o fim da realidade do trabalho da escala semanal de 6 x 1 para o trabalho semanal 5 x 2, diminuindo desta maneira menos um dia no local de trabalho.

Os burgueses, oligarcas e rentistas, fazem a apologia do “mercado” e pressionam o Congresso Nacional, com uma maioria de parlamentares eleitos pelo capital e conservadorismo, convocam seus artilheiros, latem pelos cantos apelos da Faria Lima, da FEBRABAN, das igrejas fundamentalistas que pregam abertamente a fé na prosperidade, para manter desta forma o embuste fascista, instalado no “lombo dos trabalhadores”.

As mesmas empresas que em 1962, braveavam contra o 13º salário, viabilizado pelo governo João Goulart, e que posteriormente apoiaram a ditadura militar de 21 anos de escuridão e perseguições, hoje se posicionam, na mesma forma covarde, contra a emancipação dos trabalhadores brasileiros e botam seus bonecos para postar-se ao lado dos tubarões do mercado e do grande capital esbanjador.

13º salário assinado pelo Presidente João Goulart (Instituto João Goulart)

É assim que a Globo, que se posicionou contra o 13º, que apoiou o golpe de estado que mutilou e desapareceu milhares de seres humanos, que apoiou o AI-5, e continua ao lado dos grandes capitais espoliativos, dos bancos, do rentismo, e principalmente denegrindo imagens daqueles que querem um Brasil socialmente mais justo e solidário.

Jornal O Globo em 1962, contra a implantação do salário-mínimo.

A Rede Globo após mais de sessenta anos disfarça suas posições contra os trabalhadores brasileiros, destaca o posicionamento de seus mandaletes, diante desta grande proposta da deputada Erika Hilton, para diminuir a carga de trabalho, em benefício de uma sociedade mais digna e com os cidadãos menos espoliados.

 De uma pesquisa realizada pelo Data Senado, indica que no parlamento brasileiro, o apoio a esta PEC, não emerge somente da esquerda brasileira, pois também muitos parlamentares do centro, que tem apoiado a instituição deste benefício, a todos os trabalhadores do Brasil.

A escala 5x2 deve trazer mais empregos e gerar mais benefícios na produção empresarial, como aconteceu em outros países que adotaram tal medida.

Campos Neto diz que fim da escala 6x1 é prejudicial ao trabalhador: 'Brasil não pode ter cultura antiempresário'.

É hora de construir a luta, é hora de retomar as ruas, é hora para avançar e deter as cada vez mais fortes investidas pela extrema direita que se implantou em nosso Congresso Nacional, e que impede e detém o avanço dos direitos dos laborais e trabalhistas daqueles que com seu suor, constroem o desenvolvimento nacional.


*João Vicente Goulart é diretor do IPG- Instituto Presidente João Goulart






 

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