O modo de ocupar o planeta, o produtivismo e o consumismo desenfreados e a má governança para lidar com as alterações climáticas explicam as dificuldades de agora.
Basta olhar para o que ocorreu em São Paulo, no fim de semana passado, depois da tempestade de apenas uma hora que atingiu a cidade. Órgãos de fiscalização e regulamentação não agem (a ANEEL, Agência Nacional, tem presidente com mandato, nomeado por Bolsonaro), a empresa privada que é concessionária erra feio e a prefeitura não cuida.
Milhões de pessoas ficaram sem luz na cidade. Para não ter que explicar a sua parte nos apagões – e o que não foi feito – o prefeito de São Paulo foge vergonhosamente de debates. O pior é que há previsão de novas tempestades no estado para esses dias.
No norte do país, o IBAMA aplicou R$ 451 milhões em multas contra 138 "incendiários" ilegais na Amazônia. A PF, desde o ano passado, abriu 83 inquéritos para apurar a autoria do fogo criminoso.
Os maiores incêndios florestais do país são de responsabilidade de proprietários rurais, mostra levantamento do insuspeito jornal “O Globo” (edição de 18/10, p. 12).
Antes, na era bolsonarista que deixava “a boiada passar”, a fiscalização ambiental estava inibida e desmontada.
Vai demorar até reconquistarmos a racionalidade, a eficiência das políticas públicas, o zelo com o meio ambiente. O que não falta por aí são muitos "preservacionistas de ocasião", "capachos do agrotrogloditismo", como denunciou a ministra Marina Silva.
**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.