RAIMUNDO BONFIM

30 anos da Central de Movimentos Populares

A história da CMP remonta a um período turbulento no Brasil, quando o país estava sob uma Ditadura Militar. Movimentos de base começaram a se organizar para combater a opressão e lutar por democracia, participação popular e políticas públicas que atendessem às necessidades da população

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O VII Congresso Nacional da Central de Movimentos Populares (CMP), de 26 a 29 de Outubro, em Salvador, marca um importante capítulo na história de uma organização que tem sido uma importante referência nas lutas por direitos, políticas públicas, soberania e participação popular.  

Com o tema "30 anos de lutas e resistência" e o lema "Contra o fascismo, em defesa da democracia, dos direitos e da vida", este  congresso reflete a jornada notável da CMP desde a sua fundação em 1993.

A história da CMP remonta a um período turbulento no Brasil, quando o país estava sob uma Ditadura Militar. Movimentos de base começaram a se organizar para combater a opressão e lutar por democracia, participação popular e políticas públicas que atendessem às necessidades da população. O surgimento da Articulação Nacional de Movimentos Populares e Sindicais (ANAMPOS) em 1979 marcou o início do surgimento da CMP.

Ao longo desses 30 anos, a CMP cresceu  e a cada ano se consolida como a principal ferramenta dos movimentos populares, articulando diversos movimentos populares urbanos, como moradia, associação de moradores, saúde, mulheres, negros, juventude e economia solidária, agricultura urbana, dentre outros. Nossa central desempenhou um papel vital na resistência contra o avanço do neoliberalismo, ajudou a conquistar  governos populares e esteve na linha de frente das mobilizações contra golpes, retrocessos e retirada de direitos.

O VII Congresso ocorre em um momento crítico, com o Brasil enfrentando desafios profundos, incluindo o avanço da extrema direita, do fascismo e das privatizações. A eleição de Lula, trouxe esperança para muitos, abrindo  a oportunidade de reverter políticas neoliberais prejudiciais a população e fortalecer a democracia através da participação popular. 

Este congresso é de  celebração dos 30 anos da CMP, mas é também uma oportunidade para fazer um balanço político da nossa trajetória, refletir as  lutas que a organização travou ao longo de sua história, bem como apontar os  desafios para o próximo período. É uma chance de renovar o compromisso da CMP em lutar contra o capitalismo, defender o socialismo, os direitos, a soberania e combater a desigualdade econômica e social. 

A CMP tem um papel central na defesa das políticas públicas com participação popular, na luta por cidades justas, do ponto de vista econômico, social, cultural e ambiental. Políticas públicas de habitação, saneamento e  mobilidade precisam dialogar com a agricultura urbana, o meio ambiente, a questão climática, a dimensão de gênero e raça, economia solidária, tudo isso somado ao combate à fome e à miséria. 

Nossa organização defende a soberania do Brasil sobre seus recursos naturais. É essencial que os movimentos tenham como prioridade uma maior participação da juventude, das mulheres, da academia, com o objetivo de nos fortalecermos para enfrentar os desafios que se apresentam. O VII Congresso da CMP é uma oportunidade para fortalecer a articulação dos movimentos populares, a  solidariedade e a mobilização em prol de um Brasil justo, soberano e democrático.

A CMP tem desempenhado um papel fundamental ao longo de sua história, e sua atuação em defesa dos direitos e no combate às desigualdades. Temos procurado ser um farol de esperança em tempos difíceis. Que o VII Congresso seja um catalisador para avançarmos na construção de melhorias das condições de vida do povo, um futuro melhor, onde a democracia prevaleça e os direitos sejam garantidos. Viva a CMP e os 30 anos de lutas e resistência! Vida longa!

*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Fórum