Pouco mais de dois anos depois, a profecia do misterioso imigrante haitiano que abordou o presidente brasileiro na entrada do Palácio da Alvorada está prestes a se cumprir: Bolsonaro acabou.
Ao discursar na abertura da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) na manhã desta terça-feira (20), um dia após o Ipec mostrar Lula (PT) com 52% das intenções de votos válidos, Jair Bolsonaro (PL) mostra que falta fôlego e munição contra o adversário, que vem numa crescente, para reverter a situação - mesmo que a eleição seja levada ao segundo turno.
Te podría interesar
A expectativa sobre a fala do presidente brasileiro caiu como uma bomba de água gelada nos seguidores mais radicais, que sempre anseiam por arroubos autoritários de seu líder.
Logo no início, Bolsonaro fez questão de tentar reverter a alcunha de maior líder negacionista mundial durante a pandemia e falou que 80% dos brasileiros foram imunizados com a mesma vacina que ele recusou-se a tomar - e fez campanha contra.
Ao tentar transformar o púlpito das Nações Unidas em palanque, mas sem poder usar o palavreado chulo para rechear suas mentiras, Bolsonaro acertou um tapa de luva de pelica ao disparar a falácia que "extirpou" a corrupção e dizendo que o "responsável foi condenado em três instâncias por unanimidade".
De resto, Bolsonaro destilou as mentiras e falácias que já havia repetido em outras ocasiões sobre meio ambiente, economia, relações internacionais, Venezuela e afins.
Por fim, usou a esposa, Michelle Bolsonaro, que, segundo ele, "trouxe novo significado ao trabalho de voluntariado desde 2019", e o mesmo 7 de Setembro - "a maior demonstração cívica da história do nosso país" - onde a humilhou em repeteco de shows machistas e misóginos que realiza desde os tempos do Congresso.
Bolsonaro mostrou ao mundo que não tem munição para reverter a iminente derrota na disputa presidencial em um discurso que beirou a entrevista ao podcast onde admitiu que vai se recolher diante da derrota.
Como profetizou o haitiano a Bolsonaro: "Você não é presidente mais, precisa desistir". Foi o que o presidente brasileiro mostrou ao mundo. Que vá. E leve com ele os fascistas que tirou do esgoto.