A pesquisa Datafolha que será divulgada logo mais, por volta das 21h desta sexta-feira (1º), deve confirmar a tendência de estabilidade já revelada pelo Ipec (ex-Ibope) no início da semana.
Faltando menos de um mês de campanha, Lula (PT) segue na liderança em "régua", como define Marcos Coimbra, do Vox Populi há mais de um ano. Ou seja, toda a turbulência e medidas eleitoreiras desesperadas tomadas por Jair Bolsonaro (PL) não influenciaram em nada as intenções de votos no petista, que segue com índice em torno de 50% dos votos válidos nas principais pesquisas.
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No último Datafolha, divulgado em 18 de agosto, Lula somava 51% dos votos válidos, com perspectiva de vitória já no primeiro turno, mesmo com oscilação positiva de três pontos de Bolsonaro, que precisa conquistar aqueles que declaram voto no petista.
A sondagem mostra que Lula mantém liderança folgada - 55% a 23% - no eleitorado mais pobre, que ganha até dois salários mínimos e representa 51% dos votos.
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Do outro lado do fosso da desigualdade social, entre aqueles que ganham mais de 10 salários mínimos por mês, Lula subiu 7 pontos e está em situação de empate técnica com Bolsonaro, que lidera neste segmento por 43% a 40%.
Embora represente apenas 3% do universo eleitoral do país, esses brasileiros estão reduzindo as apostas e a arrecadação de campanha de Bolsonaro. Além disso, neste nicho estão localizados eleitores com maior poder de coação e até mesmo de mobilização, com patrocínio de atos e propagandas, em especial no 7 de Setembro - data que deve definir a última cartada de Bolsonaro, seja ela eleitoral ou golpista.
Nesta sexta-feira (2), Bolsonaro tenta segurar parte do eleitorado da classe média - que tem migrado para Lula, segundo o Ipec - com mais uma redução no preço da gasolina.
Acontece que há menos de um mês das eleições, o efeito das medidas econômicas acaba sendo cada vez mais inútil, já que demoram semanas e até mesmo meses para serem sentidos pela população assalariada.
A pesquisa Datafolha será a primeira a medir integralmente o impacto do debate da Band, ocorrido no dia 28, no eleitorado. Caso mostre Lula em régua - ou até mesmo com oscilação positiva -, que é o mais provável, o botão de pânico deve ser ligado na campanha bolsonarista.
Há mais de 30 anos disputando eleições, Bolsonaro sabe que não haverá tempo hábil para reverter o cenário e não tem mais nenhum coelho na cartola para roubar votos de Lula - essencial diante de um adversário que soma 50% do eleitorado.
Restará o 7 de Setembro. Se tiver uma postura agressiva - como ocorreu no ano passado -, Bolsonaro fideliza os radicais, mas espanta os moderados e indecisos. Caso aposte em uma postura mais (dita)branda, poderá desmobilizar os radicais, que a cada dia perdem força nas redes sociais.
Diante do impasse, restam os militares e empresários golpistas. Ou o caminho da derrota, que pode selar um destino sombrio a Bolsonaro e ao clã diante da avalanche de denúncias que terá de enfrentar quando deixar o Planalto. E o tempo se esvai. Tic tac.