Com apenas 20 anos de idade, em 1970, já morando em Fortaleza, vi pela primeira vez um jogo ao vivo na televisão.
Era a final da Copa do Mundo no México.
Em 1970, auge da Ditadura militar, predominava um processo de perseguição e morte de brasileiros democráticos, o futebol era uma catarse.
Ser campeão do mundo, penso eu, era garantir que seríamos capazes de derrotar a ditadura.
Fomos campeões e derrotamos a ditadura.
A final da Copa foi um baile.
Um show.
Metemos uma goleada de 4 x 1 na seleção Italiana. Uma "molezinha".
Pelé, Gerson, Jairzinho e Carlos Alberto Torres marcaram para o Brasil.
Uma glória.
Demoramos um pouco, mas, com sacrifícios, perdas de vidas e muita coragem, derrotamos a ditadura militar.
Avançamos e, com luta, criamos um partido. O Partido dos Trabalhadores e uma central sindical, a CUT.
Avançamos ainda mais e chegamos à Presidência da República com Lula e Dilma.
Uma verdadeira Revolução.
O Brasil mudou radicalmente em todos aspectos, desde o fim da fome à inclusão de muitos jovens na Universidade e, sobretudo com a descoberta do pré-sal que seria um passaporte para o futuro da educação, saúde e da cultura.
Veio o golpe de 2016. Uma tragédia que produz o inominável e o juiz "ladrão".
Sofremos, voltamos ao mapa da fome, ao desemprego, à inflação e, por incrível que possa parecer, estivemos à beira do fascismo.
Resistimos e ontem, podem crer, voltamos a lavar a alma.
Vimos, por 40 minutos, na tela da Globo, o mais preparado político, o maior homem público de toda história brasileira: LULA.
Um show, um baile, uma goleada de 4 x 1.
Há tempos aviso que será no primeiro turno e que "As Flores Estão Voltando".
Já comprei passagens e reservei hotel.
Rumo à posse.