O chilique de apoiadores endinheirados de Jair Bolsonaro (PL), que provocou a alteração da periodicidade da pesquisa Ipespe liderada por Lula (PT) de semanal para mensal, foi ecoado de dentro da própria XP Investimentos.
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Amplificadas por Flávio e Eduardo Bolsonaro (PL) principalmente entre ruralistas que teriam ameaçado fechar suas contas na corretora financeira, as críticas às pesquisas iniciaram pelo diretor financeiro da XP, Bruno Constantino, que em setembro de 2021 deu o primeiro chilique ao ver Lula com 40% das intenções de votos, ante 24% de Bolsonaro.
À época, a financeira - que tem como sócio o banco Itaú - chegou a anunciar uma mudança na metodologia da pesquisa para não desagradar clientes bolsonaristas insatisfeitos com os números.
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No entanto, a estratégia não deu resultado e Lula segue na liderança, como acontece em todas as outras pesquisas, sejam remotas ou presenciais.
Além dos investidores, que ganham com a especulação financeira, a XP também tem acumulado lucros recorrentes com a política econômica neoliberal de Paulo Guedes e é uma das entusiastas do processo de privatização de estatais como Eletrobras, Petrobras e Correios.
Em meio à crise econômica que faz com que 33,1 milhões passem fome e mais da metade da população vivam em situação de insegurança alimentar, a financeira encerrou o primeiro trimestre do ano com lucro líquido ajustado de R$ 987 milhões, alta de 17% na comparação com igual período de 2021, mesmo com a queda na captação.
Em nota divulgada na noite desta quarta-feira (8), após informações de que iria interromper a divulgação da pesquisa Ipespe, a XP disse que apenas mudou a periodicidade - de semanal para mensal - e vai ampliar o número de entrevistados para oferecer "uma ferramenta ainda mais ampla para que os investidores compreendam o cenário eleitoral e seus impactos no mercado”.