A festa de sábado foi bonita.
Foi, de fato, impactante o lançamento da chapa Lula-Alckmin, por vários motivos.
O primeiro, pela mobilização, adesão e emoção dos participantes - e sabemos que muita gente ficou de fora e queria estar. E isto não é pouca coisa, nestes tempos tão turvos.
O segundo, pela clareza do discurso do vice. Se por habilidade ou franqueza, Alckmin não negou suas diferenças com o PT e a esquerda e ressaltou seu compromisso com o liberalismo e até aqui, com a democracia formal.
O discurso de Lula – lido - não foi comemorado sequer pelos seus mais afoitos seguidistas. Repetiu as propostas do programa de 2002 e abriu mão da sua maior vitalidade, que é a fala espontânea.
O vídeo sobre as DUAS opções estabeleceu a linha correta das escolhas históricas, fugindo da rasteira personalização da política.
O momento mais comentado foi o review do clipe de 89, que seguramente emocionou velhos e jovens.
E sim, estamos todos precisados de emoção, de alento e de esperança.
Até aqui, divergimos nas táticas, no campo da esquerda e dos progressistas.
Daqui para a frente até a eleição, estamos unidos em torno de uma candidatura.
Mas, quero acreditar que todos nós, no campo da esquerda, sabemos e precisamos reafirmar que esta eleição não será um passeio.
Ademais, governar o país a partir de 2023 será encarar uma crise nacional e internacional muito mais profunda do que foi a de 2002 e talvez, mais grave que a de 2008.
Sem deixar de se emocionar e esperançar, é preciso que tenhamos sempre claro que, ao mesmo tempo, que devemos fecundar o otimismo da vontade, não podemos descuidar da clareza sobre as dificuldades e obstáculos, antes e depois da eleição.
Eleger Lula e Alckmin, eleger uma bancada vigorosa de esquerda nos estados e no Congresso Nacional, fecundar ainda mais a mobilização popular!
Esta precisa ser nossa senha, nosso caminho e nossa luta coletiva.
*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.