Jair Bolsonaro (PL) e Sergio Moro (União) são irmãos gêmeos na tomada de assalto ao Brasil desde o golpe de 2016. Um de coturno, outro de sapatênis - após abandonar a farda negra da Justiça.
Após dizer que nunca seria candidato, para adular Bolsonaro enquanto tinha a vaga garantida no Supremo Tribunal Federal (STF) - negociada durante o processo eleitoral de 2018, Moro voltou atrás e deixou a disputa por medo de perder o foro privilegiado, preferindo um caminho mais fácil pelo Legislativo.
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Seis dias após anunciar a desistência, Moro volta aos braços do irmão, dando a ele como herança 4% dos 9% marcados na pesquisa XP/Ipespe divulgada em 25 de março, a última em que registrou seu nome como presidenciável.
Pesquisa divulgada pelo instituto nesta quarta-feira (6), sem o ex-juiz, mostra um crescimento de 4% de Bolsonaro, que passou de 26% para 30%.
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Lula, que segue na liderança mantendo 44% dos votos válidos, foi o único a não ser contemplado com os votos dos eleitores de Moro.
Ciro Gomes (PDT) subiu dois pontos - de 7% para 9% - e até João Doria (PSDB) herdou um ponto do amigo, chegando aos 3%.
Em março de 2022, faltando seis meses para a eleição, Moro repete outubro de 2018, quando deu fôlego e fez com que Bolsonaro subisse nas pesquisas após abrir o sigilo da delação do ex-ministro Antonio Palocci - que fez uma série de acusações a Lula e ao PT sem apresentar uma mínima prova.
À época, a divulgação impulsionou a candidatura Bolsonaro, que vinha empacada em torno de 27% - marcado em 26 de setembro pelo Ibope.
No dia 3 de outubro, dois dias antes de Moro levantar sigilo da delação, Bolsonaro tinha 32% das intenções de voto. No dia 6, o percentual subiu os mesmos 4 pontos e atingiu 36% - o maior desde o início da eleição.
No mesmo período, Haddad, que subiu vertiginosamente após assumir a candidatura - com o veto à eleição de Lula, preso por Moro - oscilou um ponto para baixo, de 23% para 22%.
Moro abriu o sigilo da delação após o candidato petista subir de 8% em 11 de setembro para 23% em 3 de outubro, ameaçando a eleição de Bolsonaro.
Bolsonaro e Moro são mais do mesmo no pacote protofascista e neoliberal que tenta ludibriar os eleitores brasileiros com uma nacionalismo mesquinho, mentiroso e tacanho. De coturno ou sapatênis.