ELEIÇÕES 2022

Mídia golpista ataca Lula e desencadeia plano B, de Bolsonaro

Edição da revista Veja confirma que o plano B - de Bolsonaro - foi colocado em ação pelas famílias que comandam os maiores grupos de comunicação no país.

Jair Bolsonaro e o general Eduardo Villas-Bôas em evento no Planalto.Créditos: Foto: Isac Nóbrega/PR
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Com Sergio Moro (Podemos) derretendo nas pesquisas e sem perspectivas de uma candidatura viável na autoproclamada "terceira via", a mídia liberal já desencadeou seu plano B: iniciar ataques a Lula (PT) em um disfarçado e envergonhado apoio à reeleição de Jair Bolsonaro (PL).

Vale lembrar que em 2018 não foi uma escolha muito difícil para as famílias que controlam os principais meios de comunicação no país apoiar uma campanha de mentiras a partir do momento em que Paulo Guedes prometeu abrir as porteiras neoliberais no governo para a boiada dos interesses escusos do sistema financeiro, que patrocina essa mídia, passar.

Após a escalada de editoriais do Estadão atacando Lula - e de articulistas do Globo, como Merval Pereira, rifando Moro - parece que uma decisão foi tomada.

A edição da revista Veja desta sexta-feira (4) é a principal prova que o plano B - de Bolsonaro - foi colocado em ação.

Com uma entrevista chapa branca em suas páginas amarelas, Veja escala o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, coordenador da campanha de Bolsonaro junto ao centrão, para dar a deixa: “O Lula de 2022 é muito pior que o de 2002”, diz a chamada.

Na entrevista, o presidente do PP, que já chamou Bolsonaro de fascista antes de receber benesses para levar o Centrão para comandar o governo, corta todas as bolas levantadas pelo repórter.

A revista do espólio da família Civita ainda lista três reportagens para atacar Lula, ressuscitando até mesmo os negócios do filho do ex-presidente, Fabio Luis Lula da Silva, o Lulinha, que fundou uma nova empresa no mesmo ramo de tecnologia após ver finalizada a perseguição judicial.

O fim do lawfare contra Lula com o arquivamento da absurda ação sobre os caças Grippen nesta semana é traduzido pela publicação como "tudo arquivado, nada esclarecido".

Por fim, a revista diz que o "STF cozinha há sete anos inquérito por corrupção contra chefe do PT", em casadinha com a estratégia de campanha de Bolsonaro, de trazer novamente o antigo tema à tona.

Na mesma data, a Folha de S.Paulo sai com uma chamada acusando o PT de "gastar" R$ 6 milhões para defender Lula e o próprio partido do lawfare da Lava Jato. Mesmo sabendo da legalidade do pagamento, o jornal da família Frias dá ares de mistério, como os gasodutos explorados à exaustão pelo Jornal Nacional em tempos das acuações infundadas da Lava Jato.

Há ares de desespero com o fim da ilusão criada pela própria mídia de uma terceira via obediente aos preceitos neoliberais.

À mediada que o tempo se esvai e Lula segue à frente das pesquisas, uma decisão muito difícil tem que ser tomada pelos donos da mídia liberal. E, para alguns, contra Lula vale tudo. Até mesmo reatar envergonhado o namoro com Bolsonaro para propagar mentiras e preservar lucros, mesmo sob os mantos do fascismo.