Com surgimento em 1989, na África, o conceito de cultura de paz e não violência foi propagado pela Unesco e Nações Unidas pelo mundo. A resolução A/53/25 da Assembleia Geral das Nações Unidas de 1998 descreve que “a cultura da paz consiste em valores, atitudes e comportamentos que refletem e inspiram o comportamento e a interação social com base nos princípios de liberdade, justiça e democracia”.
Portanto, é preciso trabalhar pela cultura de paz, pois chegamos a um grau de evolução do pensamento humano e de entendimento das necessidades humanas que não justifica a inépcia de nos matarmos, a palerme de não encontrarmos caminhos para o diálogo, buscarmos soluções pacíficas. Todo o conhecimento acumulado até aqui não nos permite mais a barbárie.
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Como seres humanos temos um interesse em comum, continuar vivendo no planeta Terra, uma vez que ainda não temos outras opções de planetas. Preservá-lo é, sem dúvida alguma, um interesse coletivo, ou deveria ser.
As catástrofes ambientais em todos os blocos continentais deixam rastros de prejuízos econômicos e perdas de vidas.
Assim, chegamos ao entendimento de que não adianta apenas um país ter políticas ambientais eficazes quando outros não fazem o mesmo, há um prejuízo compartilhado.
A natureza não respeita as fronteiras fictícias dos nossos mapas. Desse modo, mais do que nunca, as políticas ambientais são de interesse internacional e muitas vezes construídas por cooperação entre países.
Para construção deste “fazer juntos”, é necessário encontrar similaridades, seja uma linguagem de compreensão entre ambos, a superação de traumas do passado ou a busca por políticas reparadoras.
Está claro que a construção da política ambiental entre países é um caminho para cultura de paz e, em regiões onde conflitos armados acontecem há séculos, a construção de políticas ambientais entre os países será um caminho certo e seguro para o estabelecimento da cultura de paz.
Através de políticas públicas, podemos ver como as intenções de construção do bem comum se transformam em uma ação que irá beneficiar a população: temos um exemplo com o acordo assinado pela ministra israelense do Meio Ambiente, Tamar Zandberg, e o ministro jordaniano da Água e da Irrigação, Mohammad al-Najjar, em que Israel e Jordânia assinaram uma declaração de intenção, semelhante à COP-27.
Visando limpar e restabelecer o fluxo do Rio Jordão — o qual teve diminuição do nível da água de maneira expressiva, causada pelas mudanças climáticas e poluição — o acordo anunciado no dia 17/11 mostra o desejo de atuação conjunta dos países, principalmente sobre as mudanças climáticas globais e regionais que ameaçam a população.
A Jordânia espera que o acordo auxilie os habitantes de ambas as margens do rio para poderem se beneficiar com a iniciativa. Ambos os países sabem que a recuperação do rio é extremamente importante, visto que a atenuação das chuvas e da quantidade de água natural evidencia a crise ecológica do território.
*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.