Não me lembro de ter assistido a um nocaute tão incontestável num debate eleitoral quanto o aplicado por Haddad sobre Tarcísio. O ex-prefeito seguiu uma linha básica na política: jamais deixar o oponente tomar a ofensiva. Seguro e tranquilo, colocou o miliciano no canto, de saída.
É algo inusitado. Em geral, nos debates de segundo turno, os postulantes chegam muito bem treinados e ensaiados, evitando a todo momento cascas de banana. Na Globo, em nenhum dos blocos o enfrentamento foi equilibrado. O petista deu um banho.
O movimento de palco de Haddad expressou competência. Sabe que não se deve movimentar demais quando busca atrair a atençao do eleitor e que deve ter dramáticidade e olhar para a câmera em sinal de sinceridade, em determinados momentos. Tarcísio ficou solto como um boneco de vento, olhando para todos os lados, sem fixar ponto algum. Demonstrou nervosismo e insegurança.
A partir da metade do debate, o bolsonarista começou a fazer cara de não ver a hora daquela agonia acabar. Repetia a esmo números e dados sem nexo, enquanto se refugiava no púlpito no fundo da cena. Acabou na lona.
Se o debate virar voto, Haddad chega ao domingo como franco favorito.