Que Jair Bolsonaro é covarde e frouxo, já se sabia. A incapacidade, incompetência, desqualificação moral, inapetência para o trabalho (ou seja, vagabundagem atávica) e a ausência de quaisquer compromissos dele para com a Democracia também sempre foram atributos dessa criatura desprezível que ocupa o cargo de presidente da República porque 39% dos eleitores aptos a votar em 2018 o fizeram com o fígado e comandados por seus recalques pessoais.
Contudo, a combinação de um desqualificado amoral na Presidência da República com um inepto acusado de corrupção na Presidência da Câmara dos Deputados, um embusteiro Jurista de Quermesse – aquele que adora falar platitudes de causídico, ouvir-se e é tido pelas mães católicas como genro ideal – na Presidência do Senado e um vaidoso rábula na Presidência do Supremo Tribunal Federal fazem o Brasil estar sob uma tempestade perfeita neste setembro infernal.
Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, cancelou a pauta e fechou a Câmara Alta nos dias seguintes ao 7 de Setembro do bolsonarismo que marcou o País com a Micareta da Boçalidade encenada em Brasília e em São Paulo e reproduzida pelos idiotas que vestiram verde ou amarelo, ou uma combinação dessas duas cores, no feriado da independência. Por que o presidente do Senado cassou a tribuna legítima e democrática do plenário azul do Congresso aos oposicionistas – que estão agora muito além da esquerda e já são vistos até mesmo em legendas de direita – no lugar de estimular as reações aos arreganhos proto-fascistas e totalitários de Bolsonaro? Por que, à primeira hora do dia 8 de Setembro não anunciou a devolução liminar e o cancelamento da Medida Provisória editada no apagar das luzes da última segunda-feira e que facilita a circulação de mentiras e fake news na Internet e em redes sociais e dificulta a autorregulação praticada pelas plataformas?
Protegido pelas restingas alagoanas, descansando nas belas praias de seu estado, Arthur Lira evitou quaisquer comentários sobre as barbaridades pronunciadas, vomitadas, nos discursos imbecilizantes proferidos por Bolsonaro à sua claque regiamente paga por empresários e por verbas oficiais. Líderes de siglas de centro como PSDB, MDB, PSD, Solidariedade e DEM fizeram notas ou convocaram suas Executivas partidárias para debater o Impeachment, Já (que se impõe). O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos, que é do PL, porém, é muitos graus melhor do que a média de seu partido e do que o presidente da Casa, enxergou quebra dos limites democráticos no discurso bolsonarista – ou seja, Impeachment, Já. E Lira? Cadê? Vai confraternizar no Palácio do Planalto quando for convocado pelo imoderado, imoderável, incomível e imbroxável (nas palavras zurradas pelo asno que é presidente do Brasil) Bolsonaro?
Por fim, qual rábula escondido por trás das palavras empoladas e empoadas dos cartapácios escritos em juridiquês, Luiz Fux, o homem que antes de virar ministro do Supremo Tribunal Federal jurou “matar no peito” a Ação Penal 470 e, uma vez togado no belo plenário da Corte Suprema brasileira, converteu-se em porta-voz da mixórdia lava-jatista e justiceira da classe média bem mediana do País, limitar-se-á a um renovado discurso de repúdio? Só isso? Bolsonaro ameaçou a Constituição, a Ordem instituída, a independência do Judiciário e estava envergando a faixa virtual de “comandante supremo” das Forças Armadas ao fazê-lo naquela que deveria ser uma data Magna da Nação – o Dia da Independência. As faixas que davam suporte ao discurso golpista do escroque acanalhado que senta na cadeira presidencial demonstravam ter sido verdadeiro o almoço no Palácio da Alvorada, descrito pelo comediante sertanejo Sérgio Reis quando descreveu as circunstâncias e os comensais do golpismo. E o STF ficará apenas em mais um discurso de Fux?
Sob o risco de terminarem nos convencendo que Sucupira e o Haiti são aqui, os presidentes do Supremo, do Congresso e da Câmara têm de sair de suas zonas de conforto e agir. Porque de zona basta a aresta de extrema-direita da Praça dos Três Poderes.