A ciência, sem dúvida, é uma das grandes conquistas da humanidade. Ela destruiu preconceitos, regras religiosas sem sentido e dogmas impostos pelo nosso sistema que normalizou a exploração de um homem por outro. Inúmeras descobertas e invenções foram determinantes para que a expectativa de vida da população aumentasse de 33 anos em 1900 para os atuais 75, mesmo com a pandemia.
Quando o progresso técnico da humanidade parecia consolidado, uma nova Idade Média se instaurou em nossa sociedade. A ciência foi renegada, mensagens de WhatsApp sem qualquer lastro com a realidade se espalharam e a pós-verdade mudou o passado. Até a Inquisição tentou ressurgir tanto na intolerância religiosa, principalmente com as de matriz africana, como na política, em que trabalhadores assumiram as ideias e defesa dos seus exploradores.
O que poucos perceberam é que a população mundial foi obrigada a carregar um chip de monitoramento que acompanha nossa localização, voz, batimento cardíaco, informações e até os mais profundos sentimentos sem nosso conhecimento.
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump foi eleito com a promessa de impedir a imigração da América Latina, construindo um muro que seria pago pelo México. Ele obteve sucesso no seu intento, pois com a implantação dos novos chips foi possível controlar a movimentação das pessoas por um custo muito menor, evitando entradas ilegais.
Esse complexo sistema de monitoração e controle foi pago pela própria população, que de forma voluntária abriu mão de sua privacidade e até do seu livre arbítrio em função de espelhos, pseudoamigos, indicações de produtos para consumo, mesmo que desnecessários; e outras funcionalidades que deveriam ser evitadas.
Com os novos chips, o capitalismo passou a ter o mais eficiente sistema de controle da história. As fake news encontraram a sua via perfeita de divulgação: a verdade se tornou cada vez mais distante, a sensação de que apenas um pensamento existe e que qualquer divergente é um inimigo que precisa ser destruído se tornou um câncer que tenta correar nossa democracia.
Exatamente como Trump falou, quem custeou todo esse sistema de vigilância foram os próprios monitorados. No Brasil, pagamos por esse complexo aparato de monitoramento e controle: a partir de R$ 530,00 até alguns milhares de reais, conforme sua qualidade. Arcamos ainda com a rede de comunicação que envia nossos dados para as empresas responsáveis por realizar nosso controle.
Financiamos o moderno muro que rouba nossa liberdade. Assim como nossa sociedade esconde a verdade de que já em 2016 os 1% mais ricos possuíam o mesmo que o restante da população, que as ideias neoliberais implantadas pelo atual governo apenas intensificam a desigualdade, que pela Bíblia Jesus estava ao lado dos mais pobres, que armas servem para matar e não para diminuir a criminalidade, ela também esconde as ferramentas que perpetuam as ideias da classe dominante.
A situação parece roteiro de ficção ou de teoria da conspiração, mas os nossos celulares estão se tornando a ferramenta de controle social mais eficiente e opressora da nossa história[1]. Pensamos que estamos comprando um equipamento moderno para nosso benefício, mas estamos pagando para que nossa vida seja controlada e influenciada[2].
Vírus na vacina por quê? É muito melhor nos obrigar a comprar um dispositivo que eles podem controlar remotamente!
Muro? Não é necessário, pagamos para enviar nossa localização!
Tecnologia? Apenas se for para reproduzir o sistema e concentrar a renda!
Conhecimento? Bom, quem precisa disso? A terra quadrada e negar a ciência funciona melhor!
Colaboração: Ellen Fernandes
[1]https://revistaforum.com.br/debates/voce-ja-se-imaginou-usando-uma-tornozeleira-eletronica-por-deivi-kuhn/
[2]https://revistaforum.com.br/rede/proteger-dados-deivi-lopes-kuhn/