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OPINIÃO
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- Finalmente Pedro Castillo será proclamado o vencedor do segundo turno das eleições presidenciais do Peru no último 6 de junho. O Jurado Nacional Eleitoral (JNE) ontem (19) deu como improcedentes os últimos cinco recursos apresentados pela candidatura de Keiko Fujimori contra a legitimidade do pleito. Em seu primeiro pronunciamento, Castillo disse: “invoco à líder do Força Popular, a senhora Fujimori, que não coloquemos mais barreiras na travessia e não coloquemos mais obstáculos para seguir adiante com este país”. Castillo também falou que na presidência lutará contra a corrupção: “não vamos permitir que roubem um centavo do povo peruano e ratificamos nosso compromisso para fazer uma luta contra a corrupção, contra os grandes males”. “Vou reconhecer os resultados”, disse Keiko em seu pronunciamento, apesar de insistir que as eleições foram ilegítimas. Pedro Castillo e sua vice, Dina Boluarte, tomarão posse no próximo dia 28 de julho, junto aos parlamentares eleitos para a Assembleia Nacional, no mesmo dia em que o Peru comemora seus 200 anos de independência.
- O Haiti passa a ter um novo governo hoje, encabeçado por Ariel Henry, que havia sido indicado por Jovenel Moise dois dias antes do magnicídio do presidente. O atual primeiro-ministro, Claude Joseph, voltará ao cargo de ministro das Relações Exteriores. O país ficará sem presidente e a missão será convocar novas eleições. Atualmente previstas para 26 de setembro. Após a morte de Moise, Joseph chegou a se autoproclamar a maior autoridade do país e foi reconhecido como tal pela comunidade internacional. No últimos dias, no entanto, sua autoridade foi corroída pelas revelações das investigações que podem implica-lo no assassinato de Moise. O país está sem parlamento operante. O novo primeiro-ministro também assumirá a pasta de Assuntos Sociais e Trabalho, que havia ocupado por dois anos durante o governo de Michel Martelly, anterior ao governo Moise. A morte de Moise continua sob investigação. Ontem foram divulgados áudios de chamadas telefônicas em que ele pede ajuda aos oficiais da Polícia Nacional Haitiana. Um dos interrogantes do caso é porque a segurança do presidente e a polícia haitiana não o socorreu.
- O governo boliviano continua trazendo revelações das investigações sobre o golpe de 2019. Já há evidências de que representantes do governo Trump tratavam do assunto em julho de 2019, meses antes do golpe. Em reunião do dia 24 de julho de 2019, o secretário adjunto do Departamento de Estado dos EUA para o hemisfério ocidental, Kevin O’Reilly, se reuniu na Bolívia com pessoas das embaixadas do Peru, Argentina, Brasil, além de representantes da OEA e da União Europeia, para tratar da “possibilidade” de fraude nas eleições bolivianas que ainda ocorreriam em outubro daquele ano. As eleições ocorreram em 20 de outubro e nesse mesmo dia o adversário Carlos Mesa se declarou o vencedor, apesar da evidente vantagem de votos a favor de Evo. No dia 21 de outubro começaram as denúncias de fraude e no dia 24, quando 99,9% dos votos já haviam sido apurados, se sabia que Evo tinha 10% de votos a mais do que Mesa. Passados dois dias, o Palácio do Governo em La Paz foi cercado e daí até o dia 9 de novembro, quando paramilitares começaram a queimar as casas de dirigentes do MAS, muitos distúrbios foram provocados. No dia 10 de novembro Evo foi obrigado a renunciar e no dia 11 começaram os atos de violência no sul do país. Nesses mesmos dias, o embaixador da Argentina na Bolívia, Normando Álvarez, pediu à chancelaria boliviana autorização para entrar com pessoal, material e equipamentos das forças especiais de segurança argentina. Em 12 de novembro, Jeanine Añez se autoproclama presidente e começam a chegar “os materiais” da Argentina e do Equador. Entre os dias 16 e 19 de novembro ocorreram os massacres de Sacaba e Senkata. Há indícios de que a diplomacia brasileira e chilena tinham conhecimento do golpe, assim como a espanhola.
- Na África do Sul, foi retomado ontem (19) o julgamento do ex-presidente Jacob Zuma. Desde sua prisão, em 7 de julho, o país vive em um estado de tensão devido às manifestações que tomaram conta do país, em especial na região de Durban e de Johanesburgo. Zuma renunciou à presidência do país em 2018, após as denúncias de corrupção durante seu governo no país. Sua defesa tenta neste momento derrubar o chefe do Ministério Público por parcialidade. O caso Zuma gerou divisões internas no bloco governante do país. O atual presidente, do mesmo partido, ANC (Congresso Nacional Africano), Cyril Ramaphosa, acusa Zuma de incitar a população contra o governo.
- Nos últimos dias há muitas notícias na imprensa internacional sobre o software israelense Pegasus, que estaria espionando pessoas estratégicas mundo afora e que um dos filhos do presidente Bolsonaro estaria tentando trazer para o Brasil. Já há notícias de que a tal viagem de Ernesto Araújo e outros membros do governo brasileiro para saber do “spray nasal” anti-Covid pode ter tido reuniões com o governo israelense sobre o sistema espião. O software espião é vendido para governos que estariam espionando jornalistas principalmente. Calcula-se que 50 mil jornalistas, advogados, ativistas já tenham sido grampeados pelo Pegasus.
- E na mesma semana em que o caso Pegasus está na mídia, os Estados Unidos e aliados europeus e asiáticos estão acusando o Ministério de Segurança do Estado da China de fazer uso de “hackers criminosos contratados” para ações cibernéticas desestabilizadoras pelo mundo. Segundo a vice-procuradora-geral, Lisa Monaco, em reportagem da CNN, “a China continua a usar ataques cibernéticos para roubar o que outros países fazem”. A ação é parte da política norte-americana de descredenciar a China no mercado internacional de tecnologias da informação, em especial com relação a Huawei, como já comentei aqui nas Notas tantas vezes. Será que os americanos vão se levantar do mesmo modo com relação a Israel e seu Pegasus?
- Os jogos olímpicos e paralímpicos do Japão estão previstos para começar esta semana, no entanto, não param de emergir casos de infeções pelo coronavírus entre os membros das delegações nacionais que chegam ao país. Está na imprensa de hoje que Toshiro Muto, chefe do comitê organizador dos Jogos, que seriam organizados em 2020, não descarta até um cancelamento de última hora. A ver.
- O presidente sírio, Bashar al-Assad, tomou posse pela quarta vez, desde 2000, no último final de semana. O país vive ainda um estado terminal de uma guerra que foi iniciada em 2011. Calcula-se que mais de 500 mil pessoas morreram nos conflitos e milhões hoje estão fora do país após um grande êxodo. Dos que ficaram no país, muitos estão na extrema pobreza e vivem em cidades colapsadas em sua infraestrutura. Com o apoio dos governos da Rússia e do Irã, Assad conseguiu retomar o controle do país a partir de 2015.
- Já começa a ter efeito internacional o dado do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) de que mais de 8300 km2 da Amazônia legal foi desmatada entre agosto de 2020 e junho de 2021. É o número mais alto registrado em dez anos.
- O governo alemão estima perdas em torno de 2 bilhões de euros após inundações que arrasaram o oeste do país. Mais de 160 pessoas morreram. Segundo a agência de notícias alemã DW, ruas, trilhos, pontes e torres de telefonia estão destruídos na região. A Bélgica também foi bem afetada com mais de 30 mortes. Segundo Johannes Quaas, da Universidade de Leipzig, na reportagem, “esse é o novo normal…. estamos lentamente nos aproximando de um novo normal que inclui padrões diferentes de precipitações”, se referindo às chuvas torrenciais e atípicas para a época do ano.
- Será lançado hoje o foguete Blue Origin de Jeff Bezos. O próprio estará embarcado, além de outros três passageiros. Serão 11 minutos a 100 km de altitude. Todo o comando da nave será por inteligência artificial.
Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.